Os servos dos talentos

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coin_bag_us_currency_6_x6_oil_on_canvas_325b37d82d39668c9be571f2be2080acNós somos tão vaidosos que sempre pensamos em talentos como sendo atributos, qualidades, dons específicos. Sempre pensamos talentos como sendo nós mesmos. Hoje, entretanto, eu acordei para uma possibilidade diferente, e muito melhor do que talentos serem simplesmente dons para serem utilizados como moeda de troca: a de esses talentos serem responsabilidades que tomamos com amor.

Imagine a possibilidade de um talento ser uma loja de perfumes que nos é deixada para a administração e que nós cuidamos bem dela, a ponto de fazê-la se desenvolver. Nada mais justo do que ser mais uma loja confiada a esse bom administrador. Ou, por uma perspectiva bem diversa, duas pessoas que são confiadas à condução de um diretor espiritual que faz um excelente acompanhamento. Com certeza mais ovelhas precisam de um bom diretor espiritual, a fim de que mais pessoas sejam bem guiadas para o caminho da santidade.

Todavia, esse caminho, o de os talentos serem tratados como qualquer realidade confiada por Deus, só pode ser seguido se for por amor a Ele mesmo. Ninguém há de querer mais e mais trabalho por fazer um bom trabalho, a não ser aquele que ama e se importa com a obra de Deus. Ao contrário, aquele que muito se ama, ao ser procurado em ver o frutificar de seus talentos, nada mais vai fazer além de fugir das cada vez maiores responsabilidades que Deus o dará.

Por outro lado, não se deve descuidar e pensar que tudo isso é delegação, retribuição e presente de Deus. Muito pelo contrário, todo cuidado é pouco para discernir, visto que facilmente pode ser a humanidade de algumas pessoas, daquelas que muito enxergam o exterior e pouco se preocupam com o cansaço de alguns pobres servos a dar tantas funções para estes coitados. Para discernir isto muito bem, existe a graça da obediência; e para as autoridades e os que se fazem mais necessitados de pessoas do que da graça de Deus, a caridade. O Senhor nunca há de dar mais tarefas do que alguém pode carregar, Ele não é incoerente. Por isso, qualquer exagero já está evidentemente fora de seus planos.

Servo bom mesmo é o que se faz servo e não patrão. Existem alguns cristãos desprovidos de bom senso que fazem de Deus um empregado que deve servir-lhes quando bem entender, e ainda cobram Dele frutuosos dons. Será que Ele se agrada desse atrevimento? Creio que não. Mas, sim, que, independente de possuir 5, 10, 50 ou mil talentos, se feito por amor e obediência, sempre há de se ouvir um servo bom e fiel. Não há muito que se preocupar quando existe verdadeiro amor e o temor servil vai embora.

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2 comentários :

  1. Esta parábola me fez refletir algo; a forma que o empregado se referi ao seu senhor, o que tem um talento, julgando... penso que a atitude tenha sido sobre o julgamento feito pelo empregado se ele tivesse pedindo perdão, talvez a medida seria outra.

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  2. É como se o servo estivesse vendo a reputação do seu Senhor, mas, o Senhor esta mostrando o seu caráter, lhe confiando talento, em outras palavras fazendo o bem, desse modo, sendo recebido pelo seu servo com ingratidão.

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