A Oferta Justa
Deve-se dar de graça o que de graça se recebe. Mas o que é que de graça se recebe? O que é que não se recebe de graça e o que se deve e não se deve dar? O que nos custa perguntar estas coisas a nós mesmos?
Nós compramos nossa morte com o pecado. Mas, o Céu, este nos foi dado de graça, porque nenhum preço por ele se pode pagar. Nem com a nossa vida, se Jesus não tivesse nos dado a sua. Portanto, não compramos nada que vem de Deus, o que não recebemos de graça é a conseqüência de nossos atos que desarmonizam com a vontade de Deus.
Não compramos a nossa existência. Se a temos, recebemos diretamente de Deus. Mas, se quisermos, podemos num ato de insurreição, de verdadeira revolução, querer tomar para nós mesmos aquilo que não é nosso, e por nossa liberdade rebelarmo-nos contra Deus. É certo que sofreremos a séria conseqüência de não sermos deuses, e adquirirmos a nossa infelicidade pelo simples fato de não podermos viver sem Deus, Ele é o autor da vida e não há vida senão Nele. De resto, tudo é penumbra.
Por isso, a viúva que ofertou sua única moeda, ofertou, na verdade, sua vida. Esta é a única oferta agradável aos olhos de Deus, visto que é a única que lhe é de direito. O que não ofertamos, tomamos como nosso, apropriando-nos indebitamente, injustamente e fraudulentamente, daquilo que é próprio de Deus.
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