O amor a si mesmo
Fazer um exercício físico, cuidar da saúde, ir ao médico, tomar medicação, passear, dar uma curtida na natureza, ler, adquirir uma boa cultura frequentando a cinemas e teatros, ter bons amigos, rezar, ir à missa e também a grupo de oração, não seria tudo isso também o cumprimento de um mandamento?
Dormir um bom sono para quem precisa, não seria cumprir o mandamento de amar-se a si mesmo? Jesus disse “amai ao próximo assim como a ti mesmo” como condição de amar ao próximo, ou podemos fazer uma leitura diferente, como se ele tivesse dito: amai ao próximo, como também ame a ti mesmo? Prefiro essa segunda leitura.
Amar-se, sim, não como vaidade ou orgulho, mas como verdadeiro sintoma daquele que cuida do corpo que é templo do Espírito Santo e da alma que é onde Deus habita. Amar ao próximo não exclui nosso amor a si mesmo, pelo contrário, devem viver harmonicamente, sem que um anule o outro.
Entretanto, existe um amor que deve vencer o amor a si mesmo e é uma razão pra desprezar até esses sintomas que foram ditos anteriormente: é o amor a Deus, que deve ser maior do que tudo. Sobre todas as coisas, todas as pessoas e até sobre a si mesmo. Por isso o martírio. Pelo serviço e pela causa de Deus podemos até deixar de nos cuidar, que não vai deixar de ser amor, mas vai ter ainda mais valor.
Aliás, o amor ao próximo já deve vencer o amor a si mesmo, de modo que Jesus disse que “não há amor maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”. O amor a si mesmo deve, sim, existir, mas é o último na fila: primeiro a Deus, segundo ao irmão e só por último, a si mesmo. Mas esse amor a si mesmo, mesmo sendo o último, deve existir, até como prova de amor ao irmão que corresponde ao amor, e a Deus que quer esse amor mais do que tudo.
Nenhum comentário :
Postar um comentário