Por que ser ateu?

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ExifJPEG Por que eu seria ateu? Parei para pensar nisso, esses dias... Isso porque nunca fui ateu, nem me lembro de, na vida, ter questionado sobre a existência de Deus. Por isso penso também, agora, por que será que eu teria razão para ser?

Deus sempre teve presença real na minha vida, de modo que, desde pequeno, eu pude reconhecê-lo. Tanto que pedi, na idade que Jesus se perdeu dos pais, para ser batizado. Talvez eu também tenha, inconscientemente, reconhecido quem são meus verdadeiros pais. Enfim, uma primeira razão para eu ser ateu, é se não pudesse reconhecer a intervenção, a paternidade e a eleição de Deus na minha vida. Em resumo: ingratidão.

Eu sou muito orgulhoso, soberbo, essas coisas assim. Tanto que, de vez em quando, deixo Deus no lugar que seria o meu e eu assumo sua posição: a do centro. Mesmo que multi-impotente, unipresente e defisciente (só não sou mais orgulhoso do que quem tentar corrigir essas três palavras). Penso que outra razão para ser ateu, é eu ser tão orgulhoso, tão orgulhoso, a ponto de não aceitar que exista um Deus e ele não ser eu. Não aceitar que só exista uma verdade e não a que eu quero que seja, uma só lei natural e não a que eu quero que seja, um só conceito de bondade e não o que eu quero que seja.

Outro motivo, que talvez me levasse a ser ateu, é não aceitar uma palavra chamada “responsabilidade” e todo o seu significado. Querer ser o dono do tempo e da razão dele, agir sem querer sofrer o ônus das consequências. Ou, de outra forma também infantil, reclamar que não existe Deus se tantas pessoas sofrem, se morrem de fome, se existe tanta violência, quando quem pratica a violência é o homem, quem é egoísta a ponto de deixar que outros passem fome é o ser humano, e a razão do sofrimento, muitas vezes, é a falta de amor. Se pensasse assim, só poderia ser por não ter saído ainda do peito da minha mãe, ou da mamadeira.

Mais uma razão, é se eu quisesse ser ateu para chamar atenção. Aquela coisa de ser diferente, de não estar de acordo com a moda, de ser rebelde. Uma mistura de carência e vaidade. Faço muita coisa para chamar atenção, mas, se dissesse que era ateu para isso, seria uma incoerência com a minha própria vida. Fazer tudo que a maioria da sociedade não faz, ser o oposto dela. Felizmente, eu não preciso disso. Mesmo querendo ser do contra, muitas vezes, não consigo chegar a esse ponto, como alguns fazem de, até, suicidarem-se, não. Deus me ama com um amor pessoal, gratuito, eterno, fiel e, ainda por cima, infinito. Eu vivo e recebo constantemente esse amor, por isso, não chego a tal ponto.

Enfim, uma última razão para que eu fosse ateu, é se eu não gostasse do que Deus é. Não gostasse de amor, bondade, misericórdia, justiça, fidelidade, humildade, castidade, generosidade, criatividade, verdade, respeito, liberdade, felicidade, eternidade, vida e paz, e quisesse me opor a isso. Contudo, gosto demais e quero tudo isso, quanto mais for possível, para a minha simples existência.

Respeito profundamente os ateus, e os defendo muitas vezes. Entretanto, quero Deus, pois o amo e também tudo que vem Dele. Ele é meu pai e também meu amigo, também uma pessoa pela qual dedicaria totalmente minha vida, como sua alma esposa, se Ele assim me convidasse. Mas, quero ser uma alma esposa mesmo sem ser totalmente. Quero ser um com Ele, estar separado Dele não me basta, não é o suficiente. Quero alcançar seu coração e deixar que Ele atinja o fundo do meu. Livremente.

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6 comentários :

  1. Concordo que cada um acredita no que quiser, mas suas colocações para as "razões de ser ateu" estão meio erradas.
    Sou ateu e te digo que não é por nenhuma dessas razões aí. Ser ateu não necessariamente quer dizer que sou ingrato pela vida que tenho, pelo mundo em que vivo, nem pelas coisas que possuo. Também posso dizer que não sou orgulhoso o suficiente para não aceitar nenhum Deus acima de mim. Não sou irresponsável, como você diz. E muito menos, não sou ateu apenas por querer ser diferente (o que até isso hoje em dia virou moda). Não importo com a opinião dos outros e acredito naquilo que acredito, assim como você.
    Como você mesmo termina o texto, eu também respeito quem é católico, evangélico, judeu, budista, islâmico, hindu, etc. e acredito que (como vocês mesmo dizem) cada um tem o livre-arbítrio para acreditar/pensar naquilo o que deseja.

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  2. Concordo totalmente com o comentário acima. Ser ateu é simplesmente seguir suas convicções pessoais e ser feliz com isso, assim como você é.

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  3. Não entendo como esse texto iria evangelizar ateus, uma vez que evangelizar significa anunciar a Boa Nova de Jesus, mas no texto você revela erros, defeitos, fraquezas que você julga ser as razões (ou algumas delas) que levam uma pessoa a se afastar (física, mental e espiritualmente) de Deus.

    Para evangelizar ateus é preciso explicar o que eles não conseguem entender, e por isso é extremamente importante OUVIR! Para evangelizar ateus é preciso viver Deus e dar esse testemunho. É mostrar a beleza da fé para quem se diz não ter fé.

    Talvez testemunhos da sua vida caíssem melhor no texto. Os poucos que tem no texto poderiam ser ressaltados.

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  4. Eu concordo com o anônimo ai em cima. Ser ateu não quer dizer nada com ingratidão. Não odiamos deus, apenas exercemos a nossa liberdade em questionar a sua existência. Eu acho que existe sim uma popularização do "ser ateu", existem pessoas que se dizem ateístas apenas para desafiar, mas se você parar pra pensar, também existem os falsos religiosos não é? No fim existe gente "querendo aparecer" dos dois lados.

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  5. Esse texto está na série dos desabafos. Alguém viu isso?

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  6. Deve haver o respeito, todos têm direito em seguir suas crenças, de exercê-las, e também de não acreditar em nenhuma. Não se choquem pelo fato de uma pessoa não acreditar em Deus, aceitar as diferenças e o modo de pensar de outrem, é contribuir para uma sociedade de paz e acolhimento. Tenho 25 anos, sou casado e tenha uma filha, sou ateu, sou responsável e sou muito grado pela vida que tenho, não quero ser rebelde, apenas tenho minhas convicções, darei o direito e o livre-arbítrio para minha filha ser ou não uma pessoa que acredita em Deus, não irei impor isto a ela.

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