Do Cristianismo

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icone12Religiões. O relativismo põe todas no mesmo patamar. É bem verdade, devemos respeito às diversas culturas. Todavia, para mim, cristianismo não é uma religião. Não é algo meu que eu defendo, mas algo além de mim, antes de mim e maior que eu. Não é algo criado, mas uma verdade revelada.

Todo erro que houve na história do cristianismo não foi em sua doutrina, porquanto ela é absolutamente perfeita. Foi falha do falho. Não pense que venho aqui com aquele mesmo argumento que sempre de que quem peca são os homens, ainda que seja verdade, porque a Igreja em si não pode pecar, já que ela não é um ente. É como dizer que a República Federativa do Brasil mente, mata e se prostitui. Não! O que quero dizer é que a doutrina do cristianismo é “contra” o cristão. O sentido da vida para o cristão é amar, e amor para ele é a doação total de si em sacrifício e serviço do outro. Tudo que o cristão deve fazer para assim ser é se esquecer. Todo erro grave que houve no cristianismo, portanto, foi por cristãos de nome e que usurparam deste nome, mas não de coração.

Tão incrível é o cristianismo, que o próprio Deus que ele prega se fez homem e deu o exemplo. Ele, sendo Deus todo-poderoso, humilhou-se e fez-se escravo para o homem, sua criatura, dando assim exemplo para todos seus seguidores, porque disse que o maior no Reino Dele é o que aqui mais serve. É com isto que pergunto: qual povo seria capaz de criar uma religião que o condena? Digo ainda mais! Todo o que se diz cristão e prega que Deus dará riquezas materiais, bem-estar e tudo mais de bom que algum ser humano quer nesta vida, é tudo, menos cristão! Porque cristão que é cristão, não está preocupado consigo, com seu próprio bem estar. Quem prega isto não passa de um charlatão e quem o segue não está nada mais caindo nas tentações diabólicas nas quais Jesus não caiu, quando não transformou a pedra em pão (prazer), não quis todos os reinos deste mundo (ter) e não se jogou precipício abaixo para ser salvo por seus anjos (poder).

Tão perfeito o cristianismo, que passa o tempo e nós vamos entendendo mais daquilo tudo que está escrito, não por nossos méritos, mas pelo auxílio e poder do Espírito Santo, que é Deus. Só com Santo Agostinho, quatro séculos depois da morte de Cristo, é que fomos entender a Santíssima Trindade; só com São Francisco, oito séculos mais tarde, fomos compreender o sentido da pobreza; quatro séculos depois, fomos entender a vida de oração e o caminho espiritual, com Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz; três séculos depois, viemos entender que o amor se dá nas pequenas coisas, com Santa Teresinha; e, poucos anos atrás fomos entender que o caminho é o do diálogo, não o da imposição, com João Paulo II. Sem contar todos os outros iluminados por Deus como Santa Faustina Kowalska que nos fez compreender melhor a misericórdia de Deus.

Não fosse suficiente, o Deus dos cristãos não é um Deus egoísta e orgulhoso, mas um Deus que nos constrange com seu infinito amor. Amor que é gratuito, fiel, constante, misericordioso, providente... Sem contar que Ele tudo faz por nós, na pessoa do Pai, doou o que de melhor tinha, Seu Filho, para nós; Este, doou a sua própria vida para nos salvar; e o Espírito, doa-se a Si mesmo e habita em nós, a fim de dar-nos condição divina. Não é um Deus distante, de quem nós somente ouvimos falar, mas é próximo e convive, dialoga, enfrenta a vida conosco.

E assim o tempo vai passando, passando, e o cristianismo vai persistindo com sua duríssima doutrina. Muitos e muitos são seus seguidores, não por capricho e religiosidade (digo os verdadeiros), mas porque descobriram a verdade. Encontraram verdadeiramente a Deus, e por esse encontro, descobriram também a si mesmos. Creem não por conveniência, mas por sinceridade. Não vivem de qualquer jeito, mas vivem para amar, porque no amor, este que não retém nada para si, descobriram o sentido da vida e a fonte de sua felicidade. Não obstante a felicidade e o sentido da vida, descobriram também a solução para todos os problemas da sua vida e da vida dos outros. Enfim, descobriram a cura para o mundo, porque o problema do mundo é a vaidade, e a vaidade é o contrário do amor.

Comentários
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  1. Igor, sem dúvidas o meelhor (disparado) texto que já li do seu blog! Muito obrigado.

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  2. É o segundo texto que leio seu e estou admirado com a sua reflexão que é feita de uma forma serena, onde a religião é tratada como realmente ela é. Parabéns pela maturidade, pelas colocações pertinentes e pela coerência de seus pensamentos.
    Raimundo Antonio de Souza Lopes

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  3. Igor,primeiramente Parabéns! estou mt feliz por duas coisas a primeira porque o blog voltou a "funcionar" e a segunda já voltou assim? ou menino pra escrever bem ! Deus te abençoe sempre!

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  4. Igor... Deus te usa neste dom maravilhoso que ele mesmo lhe concedeu! Obrigada por se deixar usar pelo Espírito Santo para falar aos nossos corações!

    Pazz e bem!

    Feliz Páscoa!

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  5. Irmão, que maravilha de Deus!!! O texto faz-nos refletir tão solenemente o que somos e para que somos chamados, como cristãos, filhos de Deus! Bendito seja Deus que nos criou e sempre se abaixa para nos elevar! Este Deus que nos chama a nos assemelharmos mais e mais a si. Vivendo a experiência shalom de ser: abraçarmos a cruz diariamente e nela e por ela morrermos até o fim, para a seguir ressuscitarmos e transbordarmos essa experiência de amor para os confins da terra!!!

    Ciro Othon

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  6. =D q coisa linda Igor...parabéns por se doar dessa maneira.
    Deus continue abençoando vc.
    abraço

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  7. Caprichou nesse texto de "volta" ein? Muito bom mesmo, parabéns

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  8. Quanta sabedoria transmitida! onde você se expressa de forma serena, de quem encontrou o caminho da Luz Divina!
    Que Deus te abençoe e cubra de benção para você continuar a transmitir, através de suas reflexões, essa luz que ilumina o nosso caminhar.
    Namastê

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