Da Minha Riqueza

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icone Jesus AlphaNão tem como. Não tem como conseguir acreditar que existe alguma coisa em plenitude no mundo, quando já se provou da plenitude que pertence a Ele. Quando se prova da felicidade que Deus pode proporcionar, todo resto vira lixo ou nada. Tudo fica sem sabor. Quem vive só comendo papa e um dia prova de um salmão com risoto de camarão, nunca mais na vida vai querer saber de papa, e se um dia comer de uma papinha dessas aí, vai sentir saudades daquele jantar maravilhoso.

Ainda que tivesse gosto, quando se depara com a importância que Deus tem nas nossas vidas, não se consegue lá dar muita importância a mais nada. Ninguém pode nos dar felicidade, Deus pode; ninguém pode nos curar de uma doença sem métodos científicos, Deus pode; ninguém pode nos dar a vida eterna, Deus pode. Como amigo que Deus é, quando se tem Ele como amigo, nos tornamos amigos melhores, mas, mesmo assim, não conseguimos ver nenhum melhor amigo do que Ele, até porque nossos amigos erram e Deus não.

Vendo por outro lado, na nossa vida as coisas passam, as pessoas passam. Nossa vida pode se transformar completamente de um dia para o outro, todos os bens que nós temos, de uma hora para outra podemos perder, também nosso emprego, família, tudo. Mas, Deus não. Tudo pode morrer, tudo pode acabar, tudo pode se perder, mas Deus permanece. Quem tem a honra e a graça de perceber a importância que Deus tem em sua vida, não consegue mais deixa-lo em segundo plano.

A Igreja não é Deus, entretanto, Ele é a cabeça dela, e ela é o lugar onde podemos encontrar Deus aqui neste mundo, principalmente na Eucaristia. Mas, não só neste alimento, na Igreja temos Deus também nas pessoas, porque essas pessoas que vão lá buscar Deus, passam a possuí-lo também, e tudo que era de ruim que elas tinham, passou pouco a pouco a se configurar com a maravilha que é o amor de Deus. O valor que a Igreja deve ter para nós não é nada de sólido ou doutrinário, as estruturas caem, e a doutrina pode ser um tanto obscura para se entender; o valor que devemos procurar na Igreja é Deus. É certo que podemos encontrar não só lá, mas em nenhum lugar se encontra como lá.

Desprezar as coisas de Deus, portanto, é estar sob influência e não saber. Subestimar o poder de Deus é estar manipulado e não saber. Viver sem Deus é ser infeliz e não saber. Não querer ser feliz em Deus, por isso mesmo, é ser insensato e não saber.

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Decadência

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8635-romans-of-the-decadence-thomas-couture“Muitos poucos querem pensar, mas todos querem ter opinião.” É a grande verdade que nos diz Schopenhauer. Felizmente, para o seu tempo, eram os cultos que formavam opiniões. Naquele tempo, só tinha cacife para dizer ou deixar de dizer algo era quem tinha pompa para isto. Quem não tinha estudo, por outro lado, não tinham nem acesso aos meios de comunicação, já que era, fundamentalmente, a imprensa quem mandava.

Hoje, graças ao capitalismo vaidoso e o seu mundo do dinheiro, do que tem mais dinheiro e do que produz mais dinheiro, não é necessário ser doutor em nada para ser alguém, nem muito menos ler livro nenhum para saber sobre o assunto. Aliás, se hoje se estuda, não é por amor, mas pela necessidade que o mundo exige, diga-se a concorrência. Ainda mais, qualquer um, hoje em dia, por aparecer em qualquer canal de televisão ou cantar qualquer coisa inútil em música que vira verdade universal.

Graças a isso tudo, está tendo origem, por estes dias, uma nova segregação social, é a da massa controlada pela mídia e a dos diferentes. Essa massa dominada tem como seus ídolos os artistas. Estes, há muito tempo não serviam de exemplo para nada, aliás, sofriam de sério preconceito. Hoje não, o que se vê são programas de televisão e revistas que contam o que eles estão fazendo da vida, como se isso fosse realmente útil. Não que eles sejam indignos, mas, tornaram-se referências. Já se foi o tempo em que os ídolos eram pessoas virtuosas, já era. Hoje são os belos, os extravagantes, os polêmicos, os rebeldes.

Não obstante, das músicas que se ouvem nas rádios e televisão, poucas têm realmente uma boa mensagem a se passar. O que se transmite, na verdade, é por toda uma indústria que se alimenta. Enquanto uma banda canta sobre bebida, tem alguma empresa de bebidas alcoólicas patrocinando a festa, ao mesmo tempo em que canta sobre festa, faz com que essa mensagem alienadora incentive mais e mais os jovens, estes que são os grandes incentiváveis, a frequentarem mais estas festas. Além do mais, a música agora dita moda e jeito de ser. Pode-se duvidar que se não fosse a MTV e a sua promoção dos “emo”, se haveria tantos coloridos hoje pelas ruas com seu belo costume de ter relações com pessoas do mesmo sexo.

Infelizmente, hoje “ninguém” lê. Só se ouve, assiste e sente. As pessoas estão se tornando cada vez mais mercadorias, ou pior, bens consumíveis e não duráveis. Descartáveis. Dever-se-ia voltar ao tempo das virtudes e dos virtuosos, do mundo da boa qualidade, da sinceridade e de menos vaidade, pelo bem da sociedade, visto que, pelo jeito que vai, dela boa coisa mais não sai.

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Libertinagem de Expressão

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profligacy

Pelo meu direito à libertinagem de expressão eu posso falar de quem ou do que eu quiser, quando eu quiser e porque eu quero. Desrespeitar é o que me guia, porque se eu tenho tal direito, não preciso me preocupar em ofender. Eu ofendo mesmo, tenho direito a isso, e se tenho esse direito, o que a libertinagem me dá, você não tem o direito de não ser ofendido, só pode me ofender de volta, como resposta.

Que me importa se a sociedade está ficando doente (moralmente doente)? A minha amoralidade não é aquela que supera a moral, mas aquela que considera que ela não existe. Afinal, se eu acho que é certo, é certo. Se eu creio, é porque existe, pelo menos para mim. Se eu faço, é porque é lícito. E quem é quem para me criticar, para dizer que estou errado, se a verdade é relativa? Tudo é relativo! Então, se tudo é relativo, tudo que eu faço é certo!

O que me irrita mesmo é quando começam a reclamar uns dos outros. Como é que uma pessoa pode ter a coragem de criticar um desonesto quando ela só não faz o mesmo porque não tem oportunidade? Coitados dos políticos, estes sofrem demasiadamente críticas por serem espelho da sociedade a que pertencem.

Agora eu não entendi. Eu me irrito com o que falam. Ora, eles também não têm o direito à libertinagem de expressão? Eu deveria, na verdade, respeitar a opinião deles, afinal, tudo é relativo mesmo. Se eles pensam isso, devem estar certos e eu também. Afinal, a verdade não existe e, por isso, sobre ela não se discute.

Liberdade de expressão, por outro lado, não me interessa, porque, se for ver mesmo o que é liberdade, vou me deparar com um conceito muito mais concreto do que a abstração e relatividade da libertinagem. Liberdade, no final das contas, vai acabar por ser fazer o certo, posto que só é livre quem tem conhecimento daquilo que escolhe e, por isto, irá escolher o melhor. E esse negócio de certo também é muito concreto, acaba por ser aquilo que é honesto, justo e não prejudica ninguém.

Ser livre e correto requer muita preocupação da minha parte e o que eu quero é o meu bem-estar. Eu sou vaidoso, mesmo! Igual a todo o mundo! Isso é lógico! Preciso me adequar à realidade em que vivo. Se todo mundo é vaidoso, porque justo eu vou ser altruísta? Afinal, pelo princípio da indignidade da pessoa humana, tenho o direito de somente pensar em mim e fazer o que me convém, porque honra, dignidade, honestidade, hombridade, solidariedade, sobriedade, integridade, etc., são conceitos relativos, como todos e ninguém está mais preocupado com isso.

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Da Pequena Moral

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bouguereau_virgin_and_child

O que seria de nós se o coração falasse? O que seria de nós se nós agíssemos de acordo com os verdadeiros desejos do nosso coração? O que aconteceria se, de uma vez por todas, nós esquecêssemos tudo aquilo que nós, no fundo do nosso coração, não queremos nem saber?

Nossa alma existia quando éramos crianças. Naquele tempo nós tínhamos coração. Naquele tempo gostávamos de verdade, justiça, harmonia, amizade, paz. Naquele tempo nós podíamos sorrir e também podíamos chorar, podíamos também abraçar. Brincar. O que acontece quando nós crescemos?

Crescemos e aprendemos a mentir, a sermos desonestos, a trair. Quando éramos crianças, chorávamos a violência. Hoje, evitamos a paz. Com o pressuposto de darmos o melhor para os nossos filhos, usamos de toda sorte de artifícios. Ensinamos, com a nossa prática, nossos filhos a errar.

Dentro de todos nós existe uma criança. Pelo menos, nós, que tivemos infância. Porque hoje... Hoje, nós, adultos, conseguimos tirar a infância daqueles que a vivem. Não existe mais inocência e em todo lugar existe nudez e violência. Aquilo que tínhamos de mais precioso, a nossa pureza e a nossa paz, foram retiradas do nosso mundo.

Tudo isso porque nós, adultos, aprendemos a viver conforme os ditames da vaidade. Nós, adultos mimados que não sabemos ser felizes. Parece até que, quando sabíamos ser, não ficávamos satisfeitos com um simples carrinho ou com uma boneca de pano. Até parece que precisávamos de muita coisa para viver com tanta alegria.

Mas, não! Hoje, para satisfazermos nossos desejos mais egoístas de satisfação, tiramos de quem não tem, não damos a quem merece, não pagamos o que devemos, fugimos de nossas verdadeiras responsabilidades. A responsabilidade que assumimos quando pequenos, no tempo em que ainda adorávamos nossos super-heróis, de combater junto a eles pela justiça.

Se se fala tanto em sonhos, é porque é o que mais tínhamos quando éramos pequenos. Se se fala tanto em sonhos, é, por outro lado, porque não nos é mais permitido, nem por nós mesmos, sonhar. Não nos é permitido mais sermos quem realmente somos. Enfim, não nos é mais permitido, nem sorrir, nem chorar, de verdade.

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Da Origem da Moral Humana

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adam_eve_serpent

Estavam Adão e Eva no paraíso. Não sabiam o que era certo e errado, afinal, não existia o certo e o errado. Tudo era harmônico, até que em certo dia, apareceu-lhes alguém diferente, um tanto sedutor e inteligente demais. Falava-lhes de uma liberdade diferente da que eles tinham, a liberdade de serem senhores deles mesmos, a liberdade de ditarem as regras, mudarem os conceitos.

Eles ficaram muito seduzidos com essa conversa, afinal, julgar, regular, conceituar, estabelecer valores, era algo que só Deus podia fazer, eles não tinham essa autorização. Pensavam, sim, que se Deus era o inventor, era Dele o conceito. Entretanto, não queriam ficar tão simplesmente na posição de criaturas, queriam ser também criadores. Ficaram fascinados com tudo isso!

Convenceram-se, então, e decidiram por assim fazer. Puseram-se no centro, em vez daquele que é o doador da vida e tornaram-se senhores de si mesmos. Empolgados, nem lembravam de que não sabiam como o fazer, afinal, de Deus era toda a essência, poder e conhecimento.

Deus descobriu e decepcionou-se, como era de se esperar. E então lhes disse: “Assim como quereis, sereis senhores do próprio destino. Entretanto, hão de arcar com as consequências de tão estúpido ato.” E fingiu os ter abandonado.

Depois disso, foi feito como desejaram, tornaram-se donos do mundo e de si mesmos. Enquanto o tempo passava, perdiam o controle da situação. Começaram, então, a fazer aquilo que sabiam nunca poder. Iniciaram, pois, a dizer o que era certo e o que era errado.

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Do Moralismo

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O que Jesus pensava quando evitou que atirassem todas aquelas pedras? Porque tomou aquela atitude? Porque queriam atirar aquelas pedras? O que os levava a matar alguém que não tinha matado? Moralistas... moralistas eram, porque eram e assim eram. Moral, meus amigos, moral.

A mesma moral que se supõe construir é a que pode destruir, justamente pelo fato de ser... moral. Quando é que se reflete sobre o moral e imoral? Talvez somente quando se encontra o amoral. Mas, porque o amoral é tão terrível? Talvez porque só se consiga viver com a moral. Está tudo um tanto nebuloso, não está?

Nós, seres humanos, acabamos nos tornando capachos dos conceitos que construímos. Perdemos nossa identidade até mesmo para aquilo que achamos dos outros. De fato, muitas vezes não possuímos o controle de nossa existência, de nossa identidade para sermos "sociais", para sermos "grupo". Parece algo óbvio e normal, somente quando não mergulhamos até o fundo das devidas razões. Cantamos que queremos uma ideologia para viver, e no fundo, o poeta tem a grande razão. Procuramos uma ideologia porque não sabemos ser nós mesmos.

A grande razão de tudo é simples, e é o que Jesus sempre quis mostrar. Ninguém é aceito pelo que é. Se tem limites mais baixos que os outros, não é aceito, se tem limites além do normal, também não. O homem tem que ser bom, mas também tem que ser ruim. Ser tão bom como Jesus era, também não era moral, talvez por isso também Ele não tenha sido aceito. Porque é pela moral que muitas vezes fazemos coisas boas que não queremos, porque tememos não ser incluídos no grupo. Pela mesma moral, entretanto, não fazemos coisas boas que até mesmo queremos, para que sejamos do mesmo modo incluídos, só que em um grupo de indivíduos fracos.

Ao longo de todas as discussões, tudo aquilo que está velado aqui poderá ser paulatinamente desvelado. Muita gente irá entender o que aqui foi explanado. Mas, tenho certeza que também serei terrivelmente mal compreendido. Todavia, não escrevo para agradar ou ser aceito. Se não sou moralista, porque iria perder minha identidade aqui também?

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Introdução ao Moralismo

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throwing-stones-v1Será lícito questionar porque tomamos certas atitudes, porque nos comportamos de certo modo? O que será que podemos encontrar se cavarmos mais fundo um pouco, se mergulharmos para além da superfície? O pior que pode acontecer é a verdade não nos ser agradável. Entretanto, de que vale viver se esta vida for uma ilusão? Filosofar é aprender a viver e a morrer. Viver sem saber por que, para que e como, que graça tem? Assemelhamos-nos a qualquer planta ou animal se não fazemos um mínimo de reflexão sobre o sentido da nossa vida e dos nossos atos.

Conhecimento é algo que proporciona, na primeira das opções, liberdade. Ainda mais quando o conhecimento é de nós mesmos e do que nos rodeia. Afinal, liberdade pressupõe escolha, e escolha, sem conhecimento, é, no mínimo, alienação. Alienação e liberdade não têm nada um com o outro.

Nesse sentido, vamos começar aqui uma reflexão sobre a moral. Sobre o motivo de sua existência, quando da sua inexistência, da impossibilidade da sua inexistência ao mesmo tempo da necessidade da sua existência, vamos pensar também sobre as más e boas consequências dela provenientes. As boas, acreditamos que, no final das contas, acabam por serem más.

Creio que nessa escavação, muito mais ossos serão encontrados do que tesouros. Afinal, sabemos que no fundo do mar só existem animais monstruosos.

É importante que façamos juntos esse caminho de conscientização. Conto com a ajuda de todos com papos, comentários e e-mails.

Grande abraço,

Do autor.

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