Da Pequena Moral

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O que seria de nós se o coração falasse? O que seria de nós se nós agíssemos de acordo com os verdadeiros desejos do nosso coração? O que aconteceria se, de uma vez por todas, nós esquecêssemos tudo aquilo que nós, no fundo do nosso coração, não queremos nem saber?

Nossa alma existia quando éramos crianças. Naquele tempo nós tínhamos coração. Naquele tempo gostávamos de verdade, justiça, harmonia, amizade, paz. Naquele tempo nós podíamos sorrir e também podíamos chorar, podíamos também abraçar. Brincar. O que acontece quando nós crescemos?

Crescemos e aprendemos a mentir, a sermos desonestos, a trair. Quando éramos crianças, chorávamos a violência. Hoje, evitamos a paz. Com o pressuposto de darmos o melhor para os nossos filhos, usamos de toda sorte de artifícios. Ensinamos, com a nossa prática, nossos filhos a errar.

Dentro de todos nós existe uma criança. Pelo menos, nós, que tivemos infância. Porque hoje... Hoje, nós, adultos, conseguimos tirar a infância daqueles que a vivem. Não existe mais inocência e em todo lugar existe nudez e violência. Aquilo que tínhamos de mais precioso, a nossa pureza e a nossa paz, foram retiradas do nosso mundo.

Tudo isso porque nós, adultos, aprendemos a viver conforme os ditames da vaidade. Nós, adultos mimados que não sabemos ser felizes. Parece até que, quando sabíamos ser, não ficávamos satisfeitos com um simples carrinho ou com uma boneca de pano. Até parece que precisávamos de muita coisa para viver com tanta alegria.

Mas, não! Hoje, para satisfazermos nossos desejos mais egoístas de satisfação, tiramos de quem não tem, não damos a quem merece, não pagamos o que devemos, fugimos de nossas verdadeiras responsabilidades. A responsabilidade que assumimos quando pequenos, no tempo em que ainda adorávamos nossos super-heróis, de combater junto a eles pela justiça.

Se se fala tanto em sonhos, é porque é o que mais tínhamos quando éramos pequenos. Se se fala tanto em sonhos, é, por outro lado, porque não nos é mais permitido, nem por nós mesmos, sonhar. Não nos é permitido mais sermos quem realmente somos. Enfim, não nos é mais permitido, nem sorrir, nem chorar, de verdade.

Comentários
1 Comentários

Um comentário :

  1. A paz!!
    Sempre refletindo sobre o ser humano!
    Parabéns por mais um texto.
    visita-me se puder.
    Deus abençoe!!

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