Je suis nazareno

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Os homens poderiam pensar sobre qual o crime que tantos inocentes cometeram para merecerem o castigo do esquecimento. A humanidade deveria refletir porque a vida de alguns tem tanto valor e a morte de outros nenhuma importância. Por que essa realidade não inquieta?
A memória dos homens é seletiva, assim como a atenção, o cuidado e a fraternidade. O mundo inteiro parou quando doze jornalistas de um jornal de humor famoso morreram, e se colocaram em seu lugar. Mas, quando a questão é milhares de africanos que continuam morrendo vítima do mesmo terror islâmico, poucos são aqueles que quebram o silêncio inerte.
Nigéria não é França, e cristãos que não ofenderam a ninguém, ao contrário do costume do Charlie Hebdo, não são ricos, nem famosos, tampouco importantes do ponto de vista da sociedade. Por isso mesmo parecem ter dignidade menor, parecem ser menos merecedores de atenção e até de intervenção da política internacional.
O relativismo vem cada vez fracassando, mormente o cultural, quando nos deparamos quando uma realidade religiosa danosa e que precisa ser combatida. Não é mais tempo de pensar que o ponto de vista do outro é certo porque é a cultura dele, estamos vendo as consequências desse pensamento e elas vão ser bem piores.
Enquanto a imprensa nacional e internacional tenta convencer que o que aconteceu foram atos de loucos que não corresponde ao pensamento geral da religião, religião esta que não tem nenhum controle sobre interpretação e o que seja mais, que favorece à teocracia e que, na verdade, é mais que uma religião, mas uma organização social incompatível com a sociedade moderna, que não respeita os direitos humanos, sobretudo os das mulheres, vamos focar numa discussãozinha tola sobre liberdade de expressão e liberdade religiosa.
O mal é muito maior e há muitos mais que morrem. Sangue de cristãos é jorrado todos os dias e em quantidade muito mais sensibilizante do que a dos jornalistas-caricaturistas-humoristas do Charlie Hebdo. Mas as nossas castas são invisíveis.




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