Sobre as tentações

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Reproduction_Painting-Spain-Velázquez, Diego Rodriguez de Silva 1599 - 1660-The Temptation of St. Thomas Aquinas

Nascer, depois do pecado original, tornou-se uma cilada. É só abrir os olhos para um mundo que um dilema nasce. Ser ou não ser santo? Eis a questão.

A crise que se encontra em nossa mente já é, pois, uma tentação. É a dúvida entre padecer nesta vida, sendo perseguido por satanás e seus comparsas, ou viver uma vida desligada de tudo o que é espiritual e santo, mas gozar de saboroso sossego. Nascemos na missão de aprender aquilo que deveríamos ser, e isto dói. Já é doloroso viver na busca do amor, de amar, num caminho de luta pela perfeição. Não obstante, o adversário, com todo seu ódio a Deus e inveja de nossa filiação com Ele, quer sempre nos destruir. O problema é que ele é poderoso e sua inteligência é a nível angelical, o que ele era, por isso, nós, com nossas forças, nada podemos contra ele.

Ele é como um animal, não ataca quem não o incomoda. Por isso, algumas vezes, devemos nos questionar quando não somos tentados. E assim ocorre proporcionalmente. Quando muito o incomodamos, muito ele nos persegue e até passa dos limites normais, quando pouco, de nós ri e vai ter com quem mais o preocupa. Age contra nós com estratégia de guerra, porque é isso que ele trava conosco. Usa desde as técnicas mais singelas até os golpes mais baixos. Neste último ele é sempre constante, visto que não tem honra e não busca um combate leal. Por isso, geralmente, reserva a oportunidade do ataque quando estamos fragilizados, porque nossa inteligência se dificulta a perceber suas investidas.

Ataca-nos, em primeiro modo, com sugestões em nossa imaginação. Nem sempre, por isso, o que pensamos é realmente o que existe em nossa mente. É necessário, pra detectar, um tanto de experiência e discernimento (algum leitor pode pensar quem sou eu para estar dizendo isto, e por isso afirmo que não sou ninguém, mas Deus só me dá a graça de perceber, porque estou sempre atento). Muitas vezes é por esse mesmo método que acontece o pesadelo, pois da mesma forma que somos sujeitos quando acordados, também o somos dormindo. Suas estratégias são inúmeras, mas, quando em sonho, muito que ele busca é nos sugerir uma mentira inconsciente, ou fazer-nos ficar com medo dele. Uma boa proteção para isto é um sacramental e é sempre bom rezar antes de dormir. Eu, mesmo sem apodrecer minha mente com filmes de terror, sofria de constantes e terríveis pesadelos (sonhos demoníacos), certo dia Deus me providenciou uma medalha de São Bento. Tudo parou desde então.

Outras vezes meche com nossa afetividade, inocula em nós determinados sentimentos ou desejos. Tais como ódio, medo, angústia, desespero, desejo sexual, e provavelmente outros que não recordo. O que busca, de fato, é fazer-nos pecar! Por isso, é bom sempre estarmos purificados dos desejos da carne e de determinados sentimentos, porque meio que ficamos sem “controle remoto”. É como se estivéssemos assistindo a um canal que começasse a passar uma programação não desejada, e não conseguimos mudar de canal. Desligar a nossa TV, neste caso, é impossível nem admitimos ser, porque cair no suicídio é deitar nas mãos de satanás. O remédio para isto, portanto, é a ascese. Além da oração, obviamente, precisamos entrar numa vida de combate com jejuns e sacrifícios. Saber renunciar ao próprio desejo é grande arma contra as tentações. Desse modo, nunca reclame de uma noite escura, pois é sair do lado de fora de si, para entrar para o lado de dentro.

Por outro lado, ele só tem acesso a essas camadas superficiais da nossa alma. Contra nossa vontade, inteligência e memória, nada pode fazer. Todavia, falamos de alguém muito astuto e ele tem lá as suas técnicas para atravessas seus limites. Enche-nos com inspirações para ver pornografia ou filmes de terror, por exemplo, afim de que tendo sucesso, terá depositado um tanto de poluição na nossa memória. Com a pornografia, às vezes não precisa nem nos tentar, basta uma simples lembrança nossa para cair em sua cilada à distância (já que ele não é onipresente). Não sendo isto, para tentar, sua tarefa fica incrivelmente facilitada. O certo é o seguinte, geralmente ele tenta em nossas fraquezas, porque as conhece. Por isso, para que vençamos as tentações com mais sucesso, precisamos algumas vezes ter estratégias sem ser imediatas e o Espírito certamente nos conduzirá a enxergar aonde precisamos de “conserto”. Para isso, tarefa grande é ter a aqui repetida vida sacramental e de oração.

Vale a pena ressaltar uma solução, que algumas vezes nos podem dar, que têm e não sucesso. É que dizem para nos ocupar quando somos tentados. Funciona porque nos ocupamos e não damos atenção a quem não merece, contudo, não afasta aquele que nos tenta. É como ficar se mexendo para não deixar pousar em nós uma muriçoca. Acredito ser mais inteligente matar a danada! Como é que nós matamos a tentação? Pelo menos acredito na misericórdia de Deus, porque permite que nós sejamos tentados, mas sempre acredita na nossa vitória, porque Ele pode dar. Por isso, remédio bom é a oração, e esta não precisa ser dada em voz alta. Deus, diferente do diabo, escuta os pedidos do nosso interior. Quando estiver sozinho, todavia, aconselho que tome atitudes mais drásticas contra aquele derrotado.

Neste trecho, pode ser que a sua preguiça o impeça de impedir, e pode ser ainda que ela esteja sendo instigada pelo próprio, tenha força o suficiente para perseverar, é isto na vida espiritual que você mais precisa. Digo isto porque as leituras de Deus são, de fato, grandes auxiliares no caminho da santidade, porque nos ensina aquilo que não sabemos, recorda o que não lembramos e reforça o que está fraco e silencioso dentro de nós, contanto que esteja corretamente escrito. Por isso, peço que sempre orem por mim, para que não venha escrever aqui inverdades que possam os distanciar da verdade.

Continuando. Tarefa complicada que ele faz é armar incríveis ciladas sugestionando a outras pessoas, quando a nós não funciona. Em quantas armadilhas não caí e ainda pago por elas? É bom sempre exercitarmos a humildade, a caridade, a honestidade, respeito, etc. Enfim, tudo aquilo que tem real valor, porque é lá que ele vai nos querer destruir. Outro remédio para este tipo de tentação não há senão a intimidade com Deus. Por ela, na vida no Espírito, Deus há de recordar tudo aquilo que precisamos saber, inflamar tudo aquilo que está adormecido e ainda, há de ensinar o que ainda não sabemos. Quem afirma que não se pode saber a vontade de Deus é, certamente, porque não tem nenhuma intimidade com Ele. Ainda há também quem pense que saiba, mas esta não passa da sua própria. É necessário um tanto de humildade em reconhecer que muitas vezes somos bebês na fé. Assim sou eu, por isto, não cesso de pedir ao meu Senhor que ajude-me a o amar, e também de aumentar o meu conhecimento das coisas de Deus.

O que nos importa é, paradoxalmente a tudo que foi falado, fazer com que o inimigo tenha medo de nós. Ele vai querer nos destruir quando alcançarmos a isto. Entretanto, se Deus permitir, é para que nós tenhamos acesso à sua glória. Por isso, nada de medo!

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Do amor a Deus

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29479-christ-holding-the-cross-greco-elTanto se repete que o Amor não é amado, como se soubesse realmente amar o amor. Só Meu deus basta, isto é o que se deveria repetir também aos quatro ventos, conquanto afirma-se tanto que Deus é Senhor, mas é o Senhor unicamente dos próprios caprichos! São crises do mundo do imediato e das fórmulas prontas. Nesses tempos atuais, muito se repete e pouco se reflete! Agora que santidade, finalmente, virou moda, barateou-se seu custo e qualquer um pensa que a tem. Fala-se sobre ela como se tivesse conhecimento de causa, mesmo que dela só tenha ouvido falar. É chegado o tempo dos muitos santos, mas, para que eles realmente existam, faz-se necessário duvidar!

Será que se proclama que o amor não é amado realmente como protesto? Só pode protestar aquele que cumpre. E para cumprir, o que é necessário? Muitas fórmulas verdadeiras existem e foram reveladas por aqueles que as praticaram, só que não se pensa muito sobre elas. Amar a Deus tornou-se algo tão fácil quanto julgar, isto porque não se pensa como é que se dá. Podemos amar ao Deus que é invisível e onipotente? Ao Deus que de nós não precisa, mas se faz precisar? Pode-se amar em abstrato, mas o amor não existe em abstrato, é concreto e tudo que é concreto! Então, como isto se dá? Eis, pois, a fórmula mais perfeita, e é o próprio Jesus que nos ensina: “Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.” (Mat. 25, 40) Atrevendo-se a adicionar à fala de Jesus, pode-se dizer: “Porque a mim não podeis fazer.” Naquele tempo ainda se podia, todavia, hoje Ele governa a Igreja do alto dos Céus com seu cetro de ouro, com toda a sua glória e esplendor. Dito isto, ainda se pode dizer, como o jovem rico, “mas eu o faço”, entretanto, colocar a máscara de Jesus no irmão para ama-lo com mais facilidade retira quase que todo o valor do ato, pois se finge que ama o irmão quando se está só correspondendo à fórmula. Para ser amor, tem de ser verdadeiro.

Deve-se ter cuidado, por outro lado, para não proclamar em alta voz a célebre frase de Santa Teresa d’Ávila com toda a vaidade do coração, dizendo, na verdade: “Só Deus basta para mim, e sei que não para ti!” Para algo bastar na vida de alguém, tem de ser o maior amor que o preenche por inteiro, trata-se, pois, do amor esponsal. Deus sempre teve amor esponsal por seus filhos, assim afirmou ao lhes dizer “és meu” (Is 43, 1), visto que o pai não tem a “propriedade” dos seus filhos, diferente do esposo e a esposa. Entretanto, tem-se toda certeza que, independente de qual for a vocação, não se nasce com tal digno e perfeitíssimo amor, mas se alcança com a ajuda Dele.

Para que a santidade não continue com a sua contínua e deliberada banalização, deve-se tirar a máscara e duvidar. Que não se confunda duvidar com julgar, porque a dúvida que aqui se erige é a da própria santidade, da própria correspondência de amor a Deus. Porque é inadmissível não proclamar-se santo, justamente por falsidade, porque se vê enganosamente muito mais santo que os demais, e tratar com desprezo e desconfiança a graça de Deus na vida do outro. Só reconhece um santo outro que é, e o mundo não está, por ora, abarrotado deles.

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Do Discernimento

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smiguelNão há como falar em vontade de Deus, voz de Deus, palavra de Deus, o que for que pode ser proveniente Dele ou não, sem se falar nisto, no discernimento. Trata-se de um dom. E o que se tentará por aqui, é, com toda humildade possível, explicar de que modo este funciona, visto que o exercício dele não se dá puramente de modo sobrenatural, é certo que pode ocorrer e ocorre, principalmente quando o possuidor do dom não tem conhecimento do pouco sobre discernimento que aqui será exposto e quando não lhe é suficiente a razão. É o que ocorre, por exemplo, com um objeto amaldiçoado, só se discerne isto de modo sobrenatural. Nossa parte, pelo visto, é a racional.

Em uma primeira acepção, podemos dizer que aquilo que é vontade de Deus dá bons frutos. Jesus já afirmava que uma árvore boa não pode dar maus frutos e uma árvore má não pode dar bons frutos (Lucas 6, 43s). Por isso, digo que aquilo que é vontade de Deus edifica, constrói, leva cada vez mais para a santidade, para o amor; por outro lado, aquilo que é vontade do homem não faz lá tanta diferença; mas, quando vem da carne, a destruição acontece, seja na espiritualidade, na afetividade, onde quer que seja, quando a vontade da carne reina, reina também a destruição. Por isso, em nossas escolhas, quando não discernimos antecipadamente, prestemos muita atenção nas consequências, elas nos mostrarão evidentes sinais de Deus, ou não.

Não obstante, um sintoma da vontade de Deus é que nela consta todos aqueles valores que Deus promove nos evangelhos. Em primeiro lugar a caridade, o amor, está sempre presente naquilo que é vontade de Deus. Se, por um acaso, alguém, em oração, “profetizar” algo que não concorda com os princípios da caridade, diga-se a paciência, a bondade, pobreza, humildade, mansidão, união, liberdade, altruísmo, perdão, justiça, verdade, fé e esperança, saiba que, discordando, pelo menos, de um deles, aquilo não provém de Deus. Não é o que mais se diz em alguns lugares, que Deus não é incoerente? Pois é, Deus nunca irá revelar ou inspirar algo que discorda de si mesmo. Vemos isto quando há algumas palavras de julgamento que dizem ser de Deus, mas, nem Ele mesmo julga; é lento na justiça e veloz na misericórdia. Tomemos cuidado, pois, com os falsos profetas, que algumas vezes podem ser nós mesmos.

Outro erro que costuma ocorrer, quando não se usa a inteligência para as coisas de Deus, é que nós, algumas vezes, queremos que Deus faça aquilo que queremos, comportamo-nos como filhos mimados. Partirei para a primeira pessoa do singular para explicar. Imagine que existe uma garota, já que sou homem, apaixonada por mim, e Deus disse a ela que eu serei dela, que serei seu esposo. Só que eu estou apaixonado por outra pessoa, e já estando em processo de iniciar um relacionamento, será que foi Deus que disse isto mesmo, ou foi a vontade de seu coração que falsificou a voz Dele? Muitas vezes falsificamos a voz de Deus em virtude da nossa vontade e burlamos a vontade dos outros e a de Deus. Se Deus “cria” um relacionamento, obviamente, existe a semente no coração dos dois. Obviamente que o oposto pode ocorrer, uma legítima revelação divina de que o outro é algo que o “pertencerá”, mas aquele não acolhe a fagulha de sentimento que tem em si. Quem irá provar? O tempo! Afinal, a árvore não tem seus frutos? Entretanto, isto (de falsificar a vontade de Deus) ocorre em tudo, e tem raízes profundas que podem ser objeto de outro texto, não cabem aqui.

Mais um critério (e este é importantíssimo), é que além dos frutos de santidade, aquilo que é vontade de Deus possui os frutos do Espírito. Entendamos a diferença: quando falamos dos princípios evangélicos, dissemos que, quando se age conforme a vontade de Deus, atua-se conforme os seus princípios e; não agindo conforme eles, não se está em conformidade com a vontade de Deus. Ocorre que, quando estamos em acordo com a vontade de Deus, gera em nós um tanto ou um bocado de caridade, de alegria, de paz, de paciência, afabilidade, fé, brandura e esperança . Afinal, seria um tanto desgostoso fazer a vontade de Deus se não foste isso, mas, ela nos dá todo o gosto e não existe suavidade maior. Por outro lado, aquilo que não é desta vontade, não gera tais frutos dentro de nós. Além destes, pode-se incluir mais dois frutos: humildade e equilíbrio! Santa Catarina de Sena dizia (e quem somos nós para tirar-lhe a razão) que aquilo que vem de Deus gera humildade. Todavia, não estar na vontade de Deus não pressupõe que possamos deixar de praticar a humildade, mas, quando estamos nela, o orgulho não aparece. Também o equilíbrio, pois Deus dá a graça de lidar com tudo que nos proporcionou. Isto não desnecessita o nosso próprio esforço para atingi-lo, até porque Deus dá os peixes, mas nós devemos lanças as redes.

Um último, não que não exista mais critérios, é que aquilo que é vontade de Deus está em conformidade com os ensinamentos da Santa Igreja Católica, está em acordo com a sua sã doutrina. Até mesmo porque é o próprio Cristo a cabeça da Igreja.

Tomemos cuidado, entretanto, quando estamos em situação de hierarquia, achando que agora sabemos tudo sobre discernimentos. Nós devemos ouvir, sim, a voz de nossas autoridades. Entretanto, pode-se criticar um tanto acerca disso! Se verificarmos algo que destoa da vontade de Deus, devemos procurar agir com humildade, mas não podemos calar. Santa Edith Stein corrigiu sua madre superiora e esta teve a humildade de pedir perdão a Deus pelo seu erro que a santa reparou. Muitas vezes, quando somos autoridades, pensamos que por não ter razão perderemos a autoridade, mas sim, o que perdemos é toda humildade de reconhecer um erro. Quando somos autoridades, devemos agir com todo amor possível. Sejamos autoridades como Deus é nossa!

Enfim, não existe critério mais importante para o discernimento do que o espiritual! Em alguns, Deus age na sensibilidade. Ocorre quando aquilo que não vem de Deus causa incômodo, mesmo físico, ou um certo desgosto (lembrando que isto ocorre para quem tem o dom); em outros, a graça de Deus é tão grande que age nas faculdades superiores, pois Deus revela todo o problema da situação, ou mesmo, quando já atingido o grau da santidade, a pessoa não consegue se comportar de modo desarmônico com a vontade de Deus. O primordial mesmo é a vida de oração e sacramental, o racional é importante, mas vem por acréscimo.

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Sobre a Permissão de Deus

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Muitas vezes nossa vida é rodeada de desculpas, de máscaras. Quase sempre é muito mais fácil tirar de nós toda a responsabilidade dos nossos atos. Dizemos ser os piores dentre os piores, mas dentro de nós, somos os maiores santos, inocentes de tudo. Dizemos ser Deus o Senhor de nossas vidas, e, por isso mesmo, protegemo-nos diante desta desculpa. Afinal, deixando Deus no controle, o que fazemos de errado? Esquecemo-nos, todavia, que para deixar Deus no controle, é necessário vigiar se todos os nossos atos estão conforme a Sua vontade, visto que Ele nunca fará de nós robôs. Por isso mesmo, afirmo que existe um abismo entre a vontade de a permissão de Deus.
Vontade de Deus, permissão de Deus, o que são? Vontade de Deus é o que fazemos que se coadune com a Dele, obviamente. Por outro lado, permissão de Deus é aquilo que fazemos que não se conforme com a Sua vontade. O problema é este: quando estamos na vontade de Deus, Ele está contente; entretanto, quando não estamos nesta vontade, Ele está insatisfeito, mas, permite. Recordemo-nos que a vontade de Deus é tudo que é mais amor que pode existir, é todo bem absoluto possível que possa acontecer a nossas vidas, para que tenhamos parte com Ele. Agora, quando não estamos de acordo com este desejo, que pode Deus fazer? Vai pegar uma cordinha e levar-nos para o que Ele quer? Sorte de nós se o fizesse! Mas, somos livres e Ele não se permite interferir em nossas decisões, a não ser que nós peçamos ou que alguém peça por nós.
Muita gente não acredita, mas a oração tem incrível poder. Existe aí um segredo. Quando vemos que algo não está conforme a vontade de Deus (digo isto a quem já sabe verificar), o melhor que podemos fazer é orar, rezar, entrar em contato com Aquele que algo pode fazer. Aí, sim, não estará interferindo por própria decisão, mas como um pedido. Existe profissão que mais se assemelhe ao ato de intercessão do que a de advogado? É justamente isto! Deus é o juiz, que está “inerte” até que seja provocado por nossas orações.
Por isso tudo, deixemos de nos iludir! Muitas vezes estamos na permissão de Deus, não porque Ele quer que aconteça essa permissão, mas porque não está sendo feita a Sua vontade! Paremos com esta desculpa de que Deus permitiu para justificar os nossos atos! Deus permitiu, sim, porque não fizemos a sua vontade, repito! Contudo, é claro que Deus é todo poderoso, e de todo mal e de todo não tão bem pode retirar um bem maior que este mal e do que este não tão bem.


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Sobre a Inteligência do Homem

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153-004-D4E6240D (1)Estavam todos lá! Adão, Eva, Caim, Abel, Set e outros que vieram depois deles. Estavam em volta da obra que tinham terminado. Enfim, haviam terminado aquela grande obra.

Estava a árvore do conhecimento do bem e do mal, cercada de arame farpado, eletricidade, sem contar o alarme. Em volta, placas com milhares de caveiras estampadas e diversos avisos, e neles continha a frase: “NÃO ENTRE, NEM MUITO MENOS COMA DO FRUTO DESTA ÁRVORE, ELA IRÁ TE MATAR!”

Maravilhados com todas as ideias provenientes da última convenção que haviam feito, fizeram uma grande festa para celebrar. Do lado de fora, todas as águias amigas estavam de guarda para protegê-los das serpentes que viessem, porventura, atrapalhar a comemoração.

Deus estava lá!

Vou fazer uma coisa diferente dessa vez, adicionar a explicação:

A nossa cabeça não serve só para ficar sobre o nosso pescoço, mas para ser usada. O que gerou este texto foi primeiro uma tentação, depois uma lamentação.

Primeiro fui tentado e entristeci-me, porque o pecado é algo que me faz mal. Logo, pensei que ele poderia não existir, lamentando-me de sua existência. Pensei em toda a situação da possível inexistência do pecado. Veio-me, imediatamente, a imagem descrita no segundo parágrafo.

Já havia pensado, antes, na ideia de Adão e Eva não terem pecado. Mas essa imagem veio a responder meus questionamentos. O homem, com sua inteligência, pode se proteger do pecado, pecado que “mata” a alma e fere o coração de Deus. Se Ele não quiser cometê-lo, mune-se de escudos, de avisos. Enfim, querendo o homem, ele faz.

O homem inteligente protege-se não somente das realidades que possibilitam o pecado, afinal, quem está na chuva se molha, e quem está no fogo se queima; mas protege-se também do tentador. Nós, sem armas, somos indefesos contra as serpentes; mas há as águias, que, estando no ar, atacam-nas com facilidade.

Agora, faço uma recordação. Inteligência também é dom. Porque não pedir mais este a Deus?

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