Sobre a igualdade

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Andam dizendo por aí que somos todos iguais. Queria saber se quem diz é cego, surdo, ou o que mais. Vamos ver se isso é verdade:
Uns são belos, outros menos; uns fortes, outros menos; uns gordos, outros menos; uns são altos, outros menos; uns são competentes, outros menos; uns são virtuosos, outros menos; uns são mais dispostos, outros menos; uns tem mais reflexos, outros menos; uns tem mais pontaria, outros menos; uns tem mais destreza, outros menos; uns tem mais determinação, outros menos, uns tem mais criatividade, outros menos; uns tem mais sociabilidade, outros menos; uns tem mais inteligência, outros menos.
Outros, já reconhecendo esta verdade, querem fazer de todos iguais forçosamente, rebaixando o nível da humanidade. Se não fosse suficiente, querem usar da força do Leviatã, o Estado, para desfazer essas desigualdades, indo de encontro com a própria natureza, para favorecer uma suposta harmonia na sociedade. No final das contas, todo mundo acaba perdendo a preciosa liberdade.
A liberdade, por outro lado, deveria ser usada em benefício das diferenças, porque claro, que se ninguém é igual, todo mundo se completa. O forte deveria auxiliar o fraco, o competente servir o incapacitado, o criativo encantar o prático, o virtuoso corrigir o viciado, o mais ativo animar o mais relaxado, o resoluto liderar o mais pacato, o determinado motivar hesitante, o sociável conversar com o tímido, o belo fazer o feio enxergar a verdadeira beleza, e o inteligente honesta e humildemente ensinar o tolo.
Mas por que teria o ser humano essa liberalidade, em vez de se favorecer de sua desigualdade para estabelecer sua superioridade perante os demais? Porque, apesar de tudo isso, esse ser tão unicamente infinito tem uma essencial igualdade: são todos filhos de Deus, providos de igual e inestimável dignidade.



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