O caminho do parque

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Estava sentado no banco do parque, revoltado da vida, puto até o último fio de cabelo, e resolvi protestar. Só não sabia como.

Comprei cigarros, os acendi e apaguei até que acabaram e toquei fogo na caixa; escutei músicas selecionadas do Sepultura, quebrando todas as minhas canetas, até que percebi que isso estava me acalmando; por fim, resolvi matar formigas. Nada solucionava meu ódio, até que tive uma ideia.

Fui ao banco, saquei cem mil pesos e troquei no mercadinho mais próximo: cem notas de mil pesos. Voltei ao parque, sentei em outro banco estrategicamente localizado e dei início ao intento. O primeiro que passou à frente, chamei-o de "hijueputa" e lhe entreguei mil pesos; em seguida vieram "gonorreas", "desgraciados", "imbeciles", "malparidos", "putos", entre outros. Fiquei satisfeito.

Descobri que um ato de "caridade", mesmo que pequeno, poderia pagar um desgosto, uma grosseria, uma implicância, uma desconfiança. Descobri que, por um ato de "bondade" seguido de um diametralmente oposto, a pessoa ainda ficaria em débito de gratidão, porque a caridade vale mais que a maldade.

Enfim, passei a andar com alguns mil pesos na carteira para pagar cada erro que cometia.

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Declaração do papa sem humildade

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Ando ouvindo umas críticas constantes por razões que não entendo e vou me utilizar disso aqui para responder.

Antes de tudo, gostaria de entender qual é o Evangelho que estas pessoas conhecem. Se são códigos de conduta, se é um livro ou uma opinião do Olavo de Carvalho, se é uma interpretação literal do Código de Direito Romano, ou mesmo uma interpretação adaptada à finalidade que se deseja. Ainda pode ser frases ou textos de santos conservadores, mas não é o Evangelho de Cristo.

Muitas pessoas ainda não entendem que precisamos nos configurar ao Evangelho e não o Evangelho a nós. Que se sou mais conservador que o Evangelho, que morra o conservador que há em mim, da mesma maneira que morra o mais progressista que há em mim, se não estiver conforme a Palavra. Se eu sou demasiadamente tradicionalista a ponto de só receber em minha casa as pessoas que eu quero, que isso morra! Cristo recebia a todos!

Uma coisa que me decepciona é que, mesmo eu fazendo tudo para transmitir a face de Cristo ao mundo, alguns ignorantes vêm me excomungar. Tenho ajuda de muitas pessoas, inclusive do maior teólogo vivo, o Papa Bento XVI, e tem gente corrigindo tudo que eu falo. Que tenha a minha idade, seja pelo menos bispo e tenha estudado tudo que eu estudei. Além do mais, que tenha o auxílio do Espírito Santo tanto quanto eu tenho, se quiser vir me criticar! Muitas vezes pode estar criticando ao próprio Espírito ou a vontade de Deus.

Além do mais, que não me venham comparar com papas da Idade Média, por favor. Naquele o tempo o papa era um rei, hoje eu tenho que ser um pobre servidor, menor do que qualquer cristão. Tanto é, que recebo críticas absurdas de uns pirralhos que nunca sequer conversaram comigo na vida. Nunca conversaram, não me conhecem, e tem a coragem de imputar aos meus atos intenções que seriam de um traidor da Igreja. Se já não fosse demais, deturpam minhas intenções e se julgam imunes a qualquer acusação de juízo temerário.

Vá fazer um ato de caridade! Vá beijar um doente! Veja um milagre acontecendo nas suas próprias mãos! Viva com simplicidade e não procure sempre a fama! Rebaixe a cabeça mesmo quando você é a maior autoridade na Terra. Tenha paciência com pessoas que sempre fazem interpretação errada do que você diz! Em resumo, antes de vir me criticar, faça ao menos metade do que eu faço, e só com um pulmão!

Tome muito cuidado, porque algumas vezes em vez ser uma pessoa altiva com uma forte opinião própria que defende com páginas e páginas, atacando pessoas que simplesmente não dizem o que você quer que ela diga, você pode estar sendo, na verdade, um simples perseguidor.

Toma minha bênção, para ver se a coisa melhora.

Papa Chico.

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