Para as dificuldades da vida, virtudes.

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Não se engane, não pense que tudo é mal. Não se vitime, seja inteligente, porque tudo tanto pode como lhe é útil. Não há nada totalmente negativo e tudo pode ser revertido.

Não há do que reclamar, porque tudo em tudo há uma lição, a austeridade há de se provar na adversidade e aquele que não tem dificuldade não demonstra ter virtude alguma, pois não tem oportunidade.

E é assim, na dureza, que elas se apresentam, como quando as coisas não acontecem como não se espera, deve-se ter paciência; quando as expectativas não são preenchidas por uma pessoa, espera-se compreensão; quando alguém erra por sua condição, misericórdia, e quando o esforço dela é grande, compaixão.

Num mundo que vive em paz e harmonia perfeita, só existem pessoas totalmente maduras ou santificadas, haja vista que onde houver ser humano, haverá erro. Por isso, essa existência não é um total martírio, um mar de dores e sofrimento, quem pensa assim é uma pessoa mimada, imatura, viciada.

Não que seja bom que as coisas aconteçam do jeito errado, e é bom que não aconteça, mas que não há motivo para se entrar em desespero, porque até da morte injusta, e só dela que se pode vir o martírio. Contudo, uma vida assim, descentralizada de si mesmo, não só constitui uma verdadeira vida, mas se torna um desafio constante que nos causa prazer e nos instiga a vencer.

Por isso, quanto menor o obstáculo, maior a percepção para se perceber e nisto prova-se atenção, e se for grande, a inteligência é necessária. Quanto mais pesada a cruz, mais força se prova, e quanto mais longo o caminho, mais perseverança, vigor. E em tudo, esperança, fé e amor, que quando juntas a humildade, são a razão, fundamento e alimento para toda virtude.

Um dia, quando o sol não mais se ausentar, quem perto dele estiver não fará mais esforço algum, toda adversidade haverá de cessar, e se viverá feliz plenamente, sem erro, sem dor, sem cruz, sem peso, por toda eternidade.

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Onde está o teu irmão

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Poema classificado no Concurso Nacional, Novos Poetas, Prêmio Poetize 2012. A ser publicado em livro com o nome do concurso.
 
 

Está na rua chorando por comida
Não na escola, onde devia
Mas, assistindo, perdida,
Do seu futuro a inteira razia
 
Vai padecendo o inferno em vida
Na prisão com a liberdade sonhando
E a fera realidade o esperando
Por causa da exclusão sofrida
 
Também no corredor do hospital
Esperando por um atendimento
Pois quem devia parece não dar sinal
De interesse no seu sofrimento
 
Ou pelas esquinas vendendo
Por um trocado a dignidade
E o padecer de sua honra vendo
Por falta de oportunidade
 
Assim na sala de aula por um defeito
Sofre troça, menosprezo e agressão
Pelo soberbo abuso de direito
Tem de si deprimida a opinião
 
Como aquele que está em casa
Que por causa da desonestidade,
Do egoísmo e da vaidade
Dos que roubaram sua felicidade
Acaba entrando em depressão
 
Não são só esses, meu filho
Que deves buscar amar
Destinar teu coração
Mas, nisso presta atenção
E age se desejares
Porque é nesses lugares
Que está o teu irmão

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Sobre a Unidade

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De vez em quando a gente vê umas correções sem sentido, tipo crítica da crítica da critica. De vez em quando a gente também vê palavras sem força, sabedorias vazias, sem testemunho. De vez em quando vemos palavras maldosas fantasiadas de bênção. Vemos inimizades dando força a falar de amizade. Vemos gente excluindo pessoas para falar de união.

Quem critica a crítica, está também criticando. A sabedoria precisa de tempo e fundamento, o fundamento é Deus e o tempo é o necessário para entender e reconhecer a sabedoria da não-sabedoria. Qual o sentido de abençoar a um, se for para maldizer o outro? Ainda mais, como falar de uma amizade sem saber o que ela significa? Não seria a amizade algo a ser construído com o tempo, com a verdade e com o compromisso? Não se pode fofocar e falar mal de uma pessoa e depois fingir ser o melhor amigo dela, nem se pode excluir para unir.

Não creio numa unidade disfarçada, tão tênue que não aceita uma correção. Uma unidade tão fraca que não suporta um abalo. Uma unidade tão mentirosa que não sabe reconhecer o que é e o que não é verdade. Pois o que vale a unidade sem honestidade, sem a verdade? O que vale a unidade errante, que não sabe para onde vai?

Um rebanho de ovelhas não pode se dispersar, mas para manter a união, não precisam estar olhando umas para as outras, mas para o seu pastor. É o pastor que justifica a unidade, não o rebanho.

Baseado nisso, penso, posso estar errado, mas penso. Penso que a unidade só vale a pena se estiver seguindo a direção correta. A voz do pastor me chama, se o rebanho não ouve, não vou com o rebanho, mas com o pastor.

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Da mudança

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millais

Demos graças ao princípio da continuidade! Ou princípio da inalterabilidade, talvez da segurança, imutabilidade. Melhor, demos graças ao princípio do não erro. Pois, é por causa dele que muitas vezes persistimos no insucesso acreditando no sucesso. O primeiro caminho sempre precisa ser o melhor, se não for o único.

Se saímos de uma encruzilhada para uma estrada, e nela há uma muralha, o que fazer? Inteligente seria se nós voltássemos e procurássemos outro caminho. Mas, não! O princípio da continuidade quer nos fazer atravessar, porque somos bons demais o suficiente para aceitar que escolhemos o caminho errado, e muitas vezes precisamos voltar.

Por vezes um caminho é maravilhoso e cheio de encanto, e não queremos que nada se modifique. É o princípio da inalterabilidade que quer que tudo continue perfeito mesmo quando no continuar aquilo não continua mais tão belo. Desse modo, paramos de caminhar e ficamos ali vendo o lago do cisne.

Às vezes o caminho é triste, sem cor, sem graça. Começamos a ficar desanimados, desgastados, sem vontade de caminhar. Ficamos acostumados com tanta melancolia e, por causa do princípio da segurança, dizemos que aquilo é nosso e não queremos abrir mão, mesmo avistando flores num caminho paralelo.

Já outras vezes, num ímpeto de fúria contra a própria limitação, em puros orgulho e soberba, não admitimos errar, e entramos no princípio da imutabilidade. É aquele caminho cheio de espinhos, de pedras, de animais peçonhentos, selvagens... Que nos fere, nos rasga, nos inocula seu veneno e nos devora. E nós, os titãs da vida, enfrentando a lógica, a reta razão, o bom senso, a inteligência, os bons modos, simplesmente, continuamos.

Podemos mudar enquanto é tempo. Devemos mudar enquanto é tempo. E qual é o problema de mudar? A opinião das pessoas sobre nós, ou a nossa própria ideia de fracasso? Há tempo enquanto é tempo de se perguntar aonde estamos, porque estamos e para onde vamos. E é bom que seja feito, porque há caminhos que no meio deles atravessa uma porta, que se fecha e não deveria ser quebrada. É o que muitos fazem, porque não tiveram inteligência e humildade para voltar atrás.

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Para Todos os Santos

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Repita comigo:

Hoje será meu dia. Farei o possível e o impossível para ver isso acontecer. No dia de hoje, serei homenageado e festejarei. Não precisarei ter nome algum, nem ser lembrado por ninguém, mas santo eu serei.

Ame o que precise amar, odeie o que precise odiar, sofra o que tiver de sofrer e receba o que tiver de receber. Bata em quem precise bater, acaricie quem for preciso acariciar, corrija quem for preciso corrigir, e mime quem for preciso mimar, tudo eu farei para chegar lá.

Foi para o que eu nasci, é quem no fundo eu sou e devo ser, por isso, é solo a se pisar. Mas, para chegar lá, muitos inimigos terei. A mim mesmo, muitas vezes enfrentarei, mas, com todos os amigos que conquistarei, também lá eu vou morar.

Vou ser tocha viva a carregar o fogo que me queima. Esse fogo que tudo alivia, eu também hei de levar. Por todos os lugares em que eu passar, essa chama se encontrará, e farei um incêndio, se preciso for para o vento um dia me acalmar.

Se tentarem me apagar, é porque eu já queimei, e quando a última fagulha se apagar, eu já estarei no meu lugar. Mas, se quiserem me ver queimar, pouco a pouco me consumirei, mas com as lágrimas com que me apagarei, muitas outras piras irão se acender.

Erre o caminho que for, também o fogo deixarei e não me preocuparei, porque este fim se justifica pelo meio. O meio é o amor, e desse amor irei me consumir e explodir, para um dia eu o encontrar.

A dor tentará me abater, mas a paz permanecerá. A tristeza irá se render, porque a alegria prevalecerá. Bom direito farei para meu julgamento não se questionar e, assim, a morte eu vencerei porque a vida eterna é a sentença que se dará. Porque santo eu serei.

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Da Beleza

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Sun Drenched Garden

A beleza de cada criatura reflete o seu criador. Como a rosa, que em seu esplendor, só o tem por causa da seiva que em si corre. Quando prendida ao solo, tem o máximo de sua beleza, mas, se a ele desprendida, pouco dura. É desse modo, pois, que a beleza por si só não tem utilidade. A flor não tem mérito de ser bela, não tem do que se orgulhar, o que nela há de verdadeiro para se admirar é a grandiosidade do seu criador.

Ela recorda aquilo que se teve e ainda que se poderá ter na eternidade. Beleza, portanto, é promessa de felicidade. Crê-se que se encontrará, pois, naquilo que é belo. É o contrário, todavia, que se vê até mesmo na natureza. Muitas vezes algo que é belo pode esconder um potente veneno. Isso é a sabedoria dela que nos ensina que não devemos dar atenção demasiada àquilo que os olhos podem ver.

Alguém compra livro pela capa? Por acaso a capa de um CD corresponde à qualidade daquilo que está lá dentro? O refrigerante tem rótulo, mas só se bebe com confiança porque se enxerga o líquido que está dentro. Com as pessoas, entretanto, acontece diferente. Há pessoas que sentem terrível atração por aquilo que é belo, a ponto de não ter encanto algum com quem a beleza não possui. É com muita dificuldade que este encontrará alguém que corresponda à propaganda realizada pelo seu exterior, não porque as pessoas mais belas não são boas, mas que a probabilidade é menor.

Só os loucos, totalmente incapazes, fazem algo sem tino. Então, mesmo que inconsciente, para todo o ato existe uma finalidade. Quando se procura alguém formoso, pois, pode ser até por uma intenção aceitável e inocente, como quando motivado pelo complexo de Édipo, se o sujeito tem uma mãe muito bela. Mas, o comum, é procurar alguém bonito para saciar o ego, dizendo para si ou para os outros que é capaz de possuir aquela pessoa; por uma vaidade grande, quando se achar digno demais para conviver com alguém que não seja belo; ou até mesmo por puro desejo carnal, atração sexual.

Que tipo de relacionamentos procura uma pessoa que vê a beleza como critério? Nem sempre as coisas acontecem como se vê nos filmes... Acontece que nos filmes são os belos que o mercado oferece, fazendo papéis espetaculares das ficções ou adaptações a agradar. Na realidade, pode haver incríveis rótulos de conteúdo vazio. A finalidade do consumo não é o invólucro, mas o que nele contém. O que não pode acontecer, de modo algum, é o julgar aqueles que têm um aprazível envoltório, mas o contido correspondente, ou até melhor, por aqueles outros que por dentro são vazios, podres, ou venenosos.

Quem procura beleza, pode encontrar ou não felicidade. Mas, quem se gloria da formosura, esse sim, mais cedo ou mais tarde, encontrará a infelicidade. É uma vaidade de imensa indignidade, porquanto nada é meritório. Essa beleza dura pouco tempo, comparada à eternidade, basta um infortúnio e ela num instante se acaba. É a beleza da alma, essa sim, que deve ser cultivada e procurada, ela é que certamente trará felicidade e que deverá perdurar por toda eternidade.

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Vômito juvenil

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Existe uma confusão na minha cabeça com relação a algumas coisas que vive a juventude. Existe não, é mentira. Eu sei muito bem do que falar, mas faço o questionamento unicamente para provocar o raciocínio. E aviso que esse texto vai ser coloquial mesmo.

Pra ser jovem é necessário ter merda na cabeça? Me diga aí! Por que ser jovem significa fazer besteira, ser irresponsável, viver realidades passageiras e sem valor? Qual é a consequência de ficar, por exemplo? O ficar por ficar é um uso mútuo, um paga o outro pelo prazer que recebe com o prazer que dá, é uma coisificação recíproca. Os tipos de “fica” eu não vou ficar falando aqui, não! Não interessa! O que importa é a finalidade com que tudo é feito.

A bebida é outra coisa. Existe algo de muito interessante no álcool que é o favorecer à diversão, à descontração. Mas, o que se vê não é nada de moderação. Muitos tem o álcool como fonte de felicidade. Disso vai havendo uma regressão de valores imensa que resulta na “filosofia” dos festeiros por aí. O negócio é farrar, beber e raparigar. Os próprios epicuristas achariam disso tudo um absurdo, pelo menos os gregos e romanos pensavam... Mas, não! O que se vê é um bando de cabeças vazias!

Se não fosse bastante, vão se transformando em pratos de comida. As meninas com saias minúsculas, que só inocência demais de quem usa para não saber que aquilo desperta tudo que é instinto masculino. E os homens, os babacas mor, desfavorecem o que tem de melhor (a inteligência), que os fazem ser homens, aliás, diferente dos animais que não pensam, e têm de ser musculosos. Quando esses panacas não estão sem camisa, estão com aquelas coladinhas, que, pelo menos, mostre a marcação dos músculos. O que eles querem mesmo é o prato de comida, e se tornam esse objeto de desejo para possuírem aquelas que os desejam.

A situação vai piorando. É que todos esses babaquinhas não gostam muito de estudar, muito menos de pensar. Mais cedo ou mais tarde, quando precisarem de dinheiro, vão partir para a desonestidade. Ou não, vão ganhar dinheiro explorando aquilo que viviam: festa e bebida. Aí fica um ciclo tremendo de idiotas.

Disso vêm meus questionamentos. Se fazem isso tudo em nome da juventude, até porque mais tarde vão parar, porque se tornaram adultos, o que é ser jovem? Existe verdadeiro prazer na imbecilidade? Existe sentido numa vida ridícula e inútil, quando nada se faz com uma verdadeira finalidade, mas com o único intuito de obter a sensação? Existe valor na irresponsabilidade?

É tanta imbecilidade, que essas criaturas não pensam ao menos que não sabem o momento da morte, e quando se depararem com ela, naquela final reflexão, vão pensar: “Muito farrei, muito bebi, muita mulher peguei, nada de verdade vivi. Só de uma coisa eu sei, que muito tempo perdi… que me lasquei!”

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A Coroa

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Se fosse eu usando aquela coroa, sabendo a grandeza do rei que era, nem digo o que faria. Talvez, a primeira coisa que diria era o famoso jargão: “Você não sabe quem sou eu...”, e tiraria aquela coisa que estava me ferindo. Quem sabe depois, se eles insistissem, começasse a brigar, sabendo que fui eu que dei força a Sansão, Davi e Gideão? Eu ia humilhar mesmo aqueles pobres coitados…

Podia eu ser mais sutil, dizendo: “A planta que foi usada para fazer essa coroa fui eu quem criou...”. Ou ainda, de modo sarcástico, diria que era o rei do universo... Uma coisa é certa: aqueles soldados idiotas não iriam ficar impunes por tal humilhação, como é que pode se fazer uma coroa de espinhos e colocar na cabeça de Deus, por dizerem que Ele era rei dos judeus? É muita ousadia…

Podia ser essa, realmente, a minha reação, e nem haveria necessidade de tanta gravidade da situação. Simplesmente pelo fato de ser Deus, não suportaria ser contrariado de maneira alguma. Isso é fato. Contudo, eu não sou tão idiota assim. Uma coisa é o agir e outra coisa é como deveria. Colocar-me em tal posição não me faz pensar de Jesus um covarde. Pelo contrário, vejo que me assemelho muito pouco a este que digo servir e seguir. Não tenho nada de humildade.

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A vida tem sentido

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Existem duas realidades humanas que devem ser buscadas: são o ser e o dever ser. O que se prega no mundo, entretanto, é o quero ser, ou aparento ser, e as realidades interiores nada tem de validade.

Entretanto, tudo isso tem um preço. E é o maior que se paga, que é o de viver uma vida sem sentido, de nunca ter sido quem se é de verdade e de nunca ter sido quem poderia ser. Viver sem ter nenhuma utilidade. Não. Há certa utilidade… uma utilidade destruidora que vai esvaziando tudo que é verdadeiro e tem valor.

Por outro lado, o que deve ser procurado, em primeiro lugar, é aquilo que se é de verdade, em confronto com tudo aquilo que se deu saber e pensar de si. Deixar-se descobrir. Pois há uma grande felicidade em estar integrado consigo mesmo: corpo e alma. Ser e reconhecer aquilo que se é afasta tudo que é mal e errôneo conceito de si, pois se torna tudo amor, dom e valor. A vaidade não tem chances contra a verdade.

Nesse processo de integração do homem, se erige a missão. Sem essa, a vida não possui sentido, nem valor. Se navegar é preciso, e não viver, ter um destino é primordial para poder navegar.

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Do pecado como um todo

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edward_hopper_summer_interiorNão há como se enganar num mundo escondido, nem não há nenhum mal que a ninguém ofenda. Se o mundo não vê o pecado que cometemos, quem mais vê é quem mais é ofendido. Deus tudo vê, mas, como é de tanto costume, esquece-se.

Há uma inocência disfarçada, um pecar sem mal fazer. A verdade, pois, é a que se mais tem capacidade de esconder. É-se Deus no escondido e demônio no íntimo. A bondade a todos se deve estender, mas, a maldade só no íntimo se deve cometer. Seria isto verdade? Então, qual é a realidade. O que pode de si chamar aquele que na vida íntima só comete iniquidade? Para isto, cada um que seja juiz de si mesmo.

O mal que no íntimo se comete, aquele pecado do qual mais ninguém sabe, engana-se o sujeito em pensar que por ele mais ninguém é afligido. Assim como é todo o corpo que sofre com o mal de uma parte dele, a Igreja inteira sofre com o pecado de um membro. Nesse sentido, todo pecado é um pecado social.

Não há motivo para enganar nem mentir para si mesmo, fazer isto é criar uma ilusão. Portanto, se existe mais um motivo para não pecar além do amor a Deus, além do amor ao próximo, além do amor a si mesmo, além do receio do inferno, além do agrado do demônio, é o amor à Igreja. Não há, pois, como haver verdadeiro amor à Deus e ao próximo sem este amor à Igreja, nem há verdadeira bondade, pureza e santidade que não seja manifestada, mais do que sempre, na intimidade.

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Do Teólogo

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Saint Thomas Aquinas

Eu não sei quem sou para falar sobre esse assunto, mas se tiver razão, ainda que somente em alguns pontos, vão concordar comigo. Ainda que não seja ninguém, vai valer a pena ter escrito.

Não vamos falar aqui da importância da teologia, porque basta um mínimo de inteligência para abaixar a cabeça para ela. Mas, para focar na figura dos teólogos, principalmente do teólogo cristão, católico. Esse, que sempre existiu na história da Igreja. Entretanto, a sua existência não bastou, se ser teólogo tão somente fosse algo importante, teríamos o nome de muitos eternizados, entretanto, o que se vê é que a teologia cresce de acordo com a prática suscitada pelo Espírito Santo e com a evolução da sociedade humana.

Eu disse isso, porque experimento, na minha vida, que os teólogos santos foram gigantes da Igreja, por outro lado, o que não, são como velas que derretem e se apagam. Por outro lado, houve muitos que, em vez de debruçarem-se em livros para pensarem sobre Deus, viveram na prática, conhecendo a Deus e apaixonando-se por Ele. Esses tiveram seu nome cravado na história, e seu testemunho de vida prática e mística são, ou deveriam ser fonte objetiva de estudo teológico, tendo em vista que a teoria sem comprovação prática, de nada vale. Eis o valor da mística.

Assim, um teólogo que não tem vida de oração, que não tem vida mística, é como alguém que pega uma apostila, por melhor que seja, e começa a estudar sobre a guitarra, vai saber somente de ouvir falar. Pode discordar da apostila, pensando que deveria ser diferente o que está ali exposto, porque não sabe a essência do objeto, visto que nunca tocou nele. Obviamente, Deus, que é absoluto, não comporta discordâncias, posto que é absoluto, por outro lado, quando há discordância, é porque, pelo menos um dos que divergem não tem nenhuma intimidade com Deus. Se os homens todos tivessem intimidade com Deus, nunca discordariam, porque beberiam da mesma fonte, mas, o que o ocorre é que os homens bebem da fonte de si mesmo, que é relativo, e acabam por colocar conceitos que são, ou provenientes, ou contaminados pela sua vaidade.

Por outro lado, há aqueles que tocam a guitarra sabem realmente, porque viram, ouviram, tocaram, experimentaram, aquilo que ela é realmente, na sua essência. É claro que a pura experiência de tocar a guitarra não vai fazer lá muito significado. Do mesmo modo, a pura experiência mística sem nenhum fundamento, pode muito facilmente levar ao erro, à alienação, até a uma tola vaidade. Tola porque é uma vaidade advinda da falta de conhecimento. Ser místico sem saber de nada é como conhecer um amigo, porque convive-se com ele, mas, muitas vezes, não lhe compreende, porque não tem conhecimento de psicologia. Acaba julgando, condenando e medindo aquele que pode ser totalmente inocente, e o sujeito, por ignorância, não sabia. Assim, o teólogo sem vida de oração, quando não cai no erro, cai na soberba; já o místico sem conhecimento, pode-se tornar um babaca.

Entre eles, prefiro o místico, porque o teólogo, da mesma forma que o psicólogo, entenderá Deus e a sua palavra muito melhor se for de perto, desse modo, todo seu conhecimento de nada vale, se não experimentar do próprio Deus. Por outro lado, o místico pode não ser lá tão inteligente e sábio, mas vai conhecer, gostar, se apaixonar e amar aquele com quem convive.

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O mérito de Francisco

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sao-francisco-de-assis

Pode ser que, em algumas vezes, o estudo exagerado seja para não entender aquilo que é óbvio, tanta interpretação a fim de ludibriar a verdadeira mensagem que o texto quer passar. Isso acontece muito com o Evangelho. Tantas teologias existem aí com vertentes que cada um dá, para se eximir da responsabilidade dos atos, como que dizer: “se não entendo dessa forma, é porque não é”. E assim acontece que cada um vai tendo o entendimento que for mais favorável a si.

Os pequeninos tem mais facilidade de entender a mensagem de Jesus, digo os pobres, os doentes, daí se entende que para entender o principal do Evangelho não é preciso lá muito estudo. Jesus, que é inimigo da soberba, não ia falar algo que só os doutores entendessem, mas “dispersou os homens de coração orgulhoso”, como disse sua mãe. Daí se pode entender a fuga que tantos teólogos fazem do verdadeiro entendimento do Evangelho, que é simples.

Assim viveu São Francisco, não querendo entender a Palavra como lhe fosse útil, mas sendo humilde e submisso a ela. Tinha o Evangelho como regra de sua vida, não de forma interpretada, mas na sua literalidade. Assim, tornou-se, sem interesse algum nisso, o maior santo da história da Igreja. Ele é a prova maior que a soberba “inteligência” nada aproxima de Cristo, por outro lado, é mais coisa do diabo. Querer entender o Evangelho do jeito que se quer é tirar o título de Deus do Espírito Santo e o título de Verbo Encarnado de Jesus, para assumir o papel de deus, de senhor da razão, até mesmo das escrituras.

O certo é seguir, portanto, o exemplo de tão grande homem, de deixar a verdade o moldar, não moldar a verdade a si. De ser humilde e rebaixar-se não só ao outro, mas também à razão e à verdade. De saber que existem Deus Pai, Filho e Espírito Santo que são maiores que a si, e que se deve assumir uma posição submissa, servil, diante deles e do que é deles.

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Apelo para o dia de São Francisco

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Meus amigos,

Faço um apelo a vocês para o dia de amanhã: dia de São Francisco, padroeiro dos animais. Assim é porque ele, mais do que qualquer outro homem que não é Deus, teve amor pela natureza. Foi um homem como que reconciliado, como se, pela semelhança a Cristo que alcançou, recebesse status de homem anterior ao pecado original, tempo em que era amigo de todos os animais, não somente dos cachorros. Era, inclusive, amigo de um falcão, este que o acordava todos os dias às cinco e meia da manhã, para que Francisco fizesse suas orações.

Entretanto, muito mais que aos animais, Francisco teve amor aos homens. Não gastava seu tempo cuidando de animais abandonados, porque dos animais Deus cuida. Mas, sim, dos homens excluídos, dos pobres, dos leprosos de seu tempo. É por isso que eu peço a vocês, meus queridos, que no dia de amanhã, trate o seu, outro animal, ou qualquer ente da natureza da maneira que merecem ser tratados, isto é, como criatura de Deus. E não só amanhã, como em todos os dias de suas vidas.

Contudo, principalmente amanhã, trate aos homens como Francisco os tratou, esqueça um pouco até seu animal, porque ele é extensão da sua propriedade, é algo seu, e se lembre daquele que foi criado à imagem e semelhança de Deus, o que não foi feito aos animais. Lembre-se daquele carente, aquele necessitado. Falou-se hoje do bom samaritano, até mesmo aqui, e São Francisco não foi nada menos que um bom samaritano.

Por isso, peço novamente a vocês, sejam bons samaritanos de homens, não de animais. Deem a cada coisa seu devido valor, e o valor do homem, diferente de qualquer outra parte da natureza, é imensurável.

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O Bom Samaritano

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Comprazo-me do meu sentimento de compaixão. Regozijo-me quando em mim é despertada tal emoção. Sinto-me humano, bom samaritano. Mas, não quero lembrar que entra e sai ano, e não pago meu dízimo, nem aquele pão eu doei. Nem todas aquelas roupas que eu tenho guardadas, todo o museu que eu tenho em casa...

Que tenho eu, que gosto de me sentir santo sem disso nada ter? Por que me satisfaz essa ilusão tão tenaz, já que não sou quem penso ser? A verdade, mesmo, é diferente. Recordo que para aquele cachorrinho na rua eu dei comida, já para aquele mendigo com bafo de bebida... Grosseria!

Na verdade, não é compaixão, é pena. Porque a pena não me deixa em igualdade, nem me desperta humildade, já que por alimentar a minha vaidade, a compulsão é mais amena.

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Eclipse Lunar

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Eclipse lunarHavia um planetinha, que tinha a sua volta um Sol e uma lua. O Sol muito pouco lhe desaparece, mas o seu calor nunca deixa de emitir, mesmo quando não é visto. Este calor é o que dá vida ao planetinha. Ele também tem uma lua, essa, que lhe enche os olhos, dá-lhe equilíbrio e harmonia na sua existência. Ele a ama muito e a quer muito por causa disso.

Acontece que o Sol ama o planetinha a ponto de existir para ele, só para lhe dar luz e calor. Sabendo da sua importância, o Sol fica enciumado com o tanto de atenção que o planetinha dá para a lua e não entende porque a venera tanto, porque se ele não a tivesse, continuaria possuindo a vida, o que não aconteceria se ocorresse o oposto.

O Sol, querendo ser visto, ficou entre o planetinha e a lua, e aconteceu que a lua ficou sem luz, não podendo assim ser vista. O planetinha fica procurando, procurando, e não consegue a encontrar. E o Sol, irredutível, escolheu ficar ali até que o planetinha repare na importância que tem para a vida dele.

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Manifesto pela liberdade nº1

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Assim como a vida, a liberdade é um dom. Por ela, e só por ela, podemos ser. Pela nossa vida, nós existimos; já pela nossa liberdade, nós somos. Somos porque decidimos ser, somos porque somos realmente nós que vivemos e ninguém, ninguém, faz isso em nosso lugar. Pela nossa liberdade, não somente podemos existir, mas viver por ela, lutar por ela e protege-la.
Liberdade quer dizer também escolha, e você pode optar por ela, e não viver uma vida desregrada, levada pelo vento. Quem é livre tem o controle de sua vida, tem sob suas mãos um leme, este que pode levar para uma vida ou para uma morte eterna, já que somos eternos desde toda eternidade que existimos no coração de Deus. Já quem não é livre, se deixa levar pela opinião dos outros, pelas emoções do momento, pelas paixões passageiras, pelas modas e modismos, pela influência da mídia, pelas sensações e prazeres do corpo e pelos vícios que nos levam à ruína. Nunca se viu, nem nunca se verá, alguém realmente livre que, por sua livre escolha, decide o que é pior pra si. Nunca, nunca se verá algum ser humano que, realmente porque quer, porque escolheu, decide livremente pelas drogas, pelo sexo animal e irracional, pela lavagem cerebral, pelas moções econômicas, por uma namoradinha, uma estranha ou uma amiga em vez de si mesmo.
Liberdade é um dom e Deus nos deu. Entretanto, o que nós fazemos com este presente que de graça nos foi dado? Ingratidão. Reclamamos tanto dela, decidimos fazer tanta besteira por esta ingratidão que tanto sofremos, mas não pensamos que nós é que somos os primeiros ingratos. Destruímos aquilo que Deus nos deu, aniquilamos e deixamos sem nenhum rastro. Preferimos, ao contrário, optar pelo ladrão de nossa liberdade, pelo ladrão de nossa felicidade e pelo ladrão de nossa vida. Optamos por quem não nos deu nada, por quem não nos dá nada e nunca nos dará nada, ainda mais, quando não faz diferença, rouba o pouco que nós temos. Ah, se fôssemos menos ingratos e disséssemos ao menos, para aquele que nos deu vida e liberdade, que o errado que nós queremos fazer não é culpa Dele, mas pura opção nossa. Nosso desamor, nosso egoísmo, nosso orgulho, nossa vaidade, nada tem a ver com Deus, porque Ele é amor. Ele não é culpado de nada, nem nós mesmos somos, tantas vezes, mas, quando não somos culpados, somos idiotas e abraçamos o erro.
A você que se acha livre porque faz o que quer da vida, porque ninguém manda em você, quem é que disse que toda essa decisão por essa falsa liberdade, por essa liberdade burra, imbecil, estroina, você é livre? Quem foi que disse a você que toda essa rebeldia é liberdade? Você é livre, sim, mas quem foi que disse que essas decisões que você toma, são puras, que são o que realmente você quer fazer? A liberdade está na natureza, mas ela é irmã da inteligência. O livre, que por esta liberdade decide pular num precipício, é louco. Então, você, que se diz livre e pula o tempo todo num precipício, será que não é um louco? É isso mesmo que você quer? A ruína? A morte? Se você é livre e amigo da inteligência, decida por aquilo que é você, decida pelo amor que é você, decida pela vida que é você, porque, se você não se decide por si mesmo, como pode chamar isso de liberdade?
É hora de lutarmos pela nossa liberdade, seja pela honra de conserva-la, seja pela vontade de conquistá-la. Perdemos, sim, alguns de nós, mas podemos consegui-la de volta. Ela pode nos ser devolvida e, para isto, precisamos nos libertar da primeira e pior prisão de todas, que somos nós mesmos. Só é livre quem ama, e o amor, que é livre, é livre também de si mesmo.
 

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As praguinhas de Jesus

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idiot savant

Coisa alheia e estranha à moral são algumas tendências que possui o ser humano, coisa que não precisa de nenhuma influência exterior. Como explicar toda uma inclinação à religiosidade e espiritualidade que possuem alguns e a aversão ao sobrenatural que possuem outros? Uns acreditam no que se prega e ainda inventam mais no que crer; já há outros que vedam seus olhos espirituais e só depositam sua fé naquilo que podem ver e tocar. Se isto é alheio à moral, é porque algo de anterior a ela deve existir no homem.

No cristianismo é bastante interessante. Quer dizer, naquilo que se inventa de chamar de cristianismo, já que Cristo era bem equilibrado. Ele, tendo todo o poder do universo e mais, praticava seus milagres só quando realmente tinha de ser, vivia no mundo real mesmo sendo o sobrenatural em pessoa. Mas, há alguns segmentos (se é que assim se pode chamar) do cristianismo que a tudo dá uma explicação incrível. Se não encontra emprego é porque está com encosto, e até se a pessoa fala alto, ela precisa de cura. Propagam um Deus meio liberalista e capitalista, que gosta muito de dinheiro e de fazer com que ninguém tenha trabalho nenhum. Eles não têm pecado algum, porque o mal que eles praticam não é deles, é do diabo; por outro lado, condenam o que não é parecido com eles ao quinto dos infernos.

Vergonha na cara é o que falta para muitos desses. Já para outros, o que falta é um tanto de leitura de coisa que realmente preste. É muita cara-de-pau não querer ter culpa de nada que faz e tirar a de quem gosta, é muito fácil viver num mundo sem enxergar a realidade, colocando asinha e auréola em uma parte, e chifre e rabo no resto do tudo. É muito bom viver errando com a desculpa de que é pecador, que é miserável, um vaso de argila! Eles são como capim-annoni, verdadeira praga espalhada por todo lugar, são enganados por todo mundo e acabam enganando o resto que falta. O que acaba acontecendo é uma cadeia de alienados e alienadores, parece que a idade média ainda existe, ou que o cristianismo apareceu antes dos pensadores gregos.

Por outro lado, há os ceguinhos. Eles não param para ver a realidade mais real ainda do que a que conseguem enxergar. Estes acreditam que todos que têm experiências sobrenaturais são mentirosos, que todos os milagres não passam de uma farsa e de tudo que é mais lindo e sagrado retiram todo o significado. Aqueles astronautas absolutizam até o que é relativo, mas estas emas fazem o contrário, relativizam até o absoluto. Elas, em vez de pensarem que às vezes um valor sobrepõe a outro, preferem dizer que tudo é relativo (preguiça de pensar). Na verdade, a vaidade move ambos. Os inquisidores são daquele modo para serem superiores, pois são os abençoados, os escolhidos, um dos 144 mil do apocalipse. Já estes narcisistas se acham superiores a tudo aquilo que não podem tocar, seja com a razão, seja com a sensibilidade. Essas ervas daninhas tentam tirar até de Deus aquilo que é propriedade Dele, de Sua razão e derivação. O resultado é que um guerreia com o outro sem ver que são os dois que estão errados.

Estes exagerados bem que podiam seguir o caminho do meio, deixando a idiotice de lado e abrindo o coração. A mistura deles seria um cristão legal, porque o que é acostumado com a mediocridade enxergaria um mundo todo fantástico, e o tendente ao mágico buscaria enxergar o óbvio. Por isso, está na cara que se se diz por aí que a religião é o ópio do homem, não é por culpa dela, não, e sim pela sua burrice e incredulidade, astigmatismo e miopia, que fazem reconhecer os homens de bom senso, muitas vezes ateus, que eles não têm nada a ver com aquele que dizem seguir.

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Do Aprisionamento Moral

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Eu não sei quem sou. Prefiro aceitar o que dizem que eu sou. Sou o resultado de um mundo de linha de montagem, de produtos fungíveis e consumíveis. Nada mais tem seu valor próprio, e eu também não tenho. Sou preso a fazer o que consideram ser comum, porque não quero, de modo algum, me sentir deslocado da realidade em que vivo.

O homem e essa sua tendência de pertencer ao grupo, será que é essa minha natureza que limita tanto as minhas opções? Se eu estou perto de pessoas corretas, sou tendente a não querer fazer coisas erradas, já quando estou perto das erradas, me constranjo ao contraria-las fazendo o certo.

Mas, uma coisa eu sei, é que uma coisa é o que eu sou e outra é o que eu estou sendo. Não entendo porque tanta gente confunde o ser, na essência, com aquilo que se construiu com toda uma influência exterior. O que eu sou, na verdade, está no interior de mim, o que não pode ser visto com olhos carnais. Contudo, mesmo sabendo disso, existe toda uma força a me constranger a querer entrar na linha de montagem de pessoas.

Ainda mais, agora, sabendo de todo esse aprisionamento moral que existe dentro de mim, o que me leva a querer ser o que é comum, a fim de não ser excluído, é que me preocupo em buscar cada vez mais o que é realmente que há dentro de mim. Começo a ter medo, já que os valores que são impostos pela mídia são o que favorecem ao consumo, do que posso me transformar. O que será que será feito de mim se não aprender a ser eu mesmo em vez de um alienado midiático.

Burro digo que sou se, imbuído de toda tolice possível, num grande momento de revolta, cantar que nasci assim e vou morrer assim. Que assim é esse que sou e que irá morrer imutável? O que eu sou de verdade, este sim, desconhecido e imutável, é o que eu não consigo ser. Esse meu ser escondido é o que pode ser realizado, satisfeito, afagado, se encontrado. E é por isso que não quero ser aquele passarinho que, por não saber por onde voar, acabou por ser machucado por um caçador.

Confio em tudo e em todos, menos naquele caçador. Aquele que não quer o melhor para mim, aquele que não me ama, que me vê como número, produto a ser satisfeito para se satisfazer. Aquele grupo dominante, o do dono do dinheiro, que me impõe o que é certo ou errado. Nele, só nele é que eu não devo confiar. Sei que, quando estou ali sentado na poltrona sou visto como aquele peixe a ser pescado, e a programação não é aquilo que irá me fazer bem, mas a isca saborosa. Sei também que se for me deixar dominar por aquela isca saborosa, o meu destino será o mesmo do peixe.

Mesmo sabendo como é difícil de achar o verdadeiro eu, vou continuar procurando. Sei que não sou eu que irei encontrar por meus próprios méritos, mas que ele será paulatinamente revelado. E só o que sei é que a única coisa que não serei é o que querem que eu seja.

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Da Minha Riqueza

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icone Jesus AlphaNão tem como. Não tem como conseguir acreditar que existe alguma coisa em plenitude no mundo, quando já se provou da plenitude que pertence a Ele. Quando se prova da felicidade que Deus pode proporcionar, todo resto vira lixo ou nada. Tudo fica sem sabor. Quem vive só comendo papa e um dia prova de um salmão com risoto de camarão, nunca mais na vida vai querer saber de papa, e se um dia comer de uma papinha dessas aí, vai sentir saudades daquele jantar maravilhoso.

Ainda que tivesse gosto, quando se depara com a importância que Deus tem nas nossas vidas, não se consegue lá dar muita importância a mais nada. Ninguém pode nos dar felicidade, Deus pode; ninguém pode nos curar de uma doença sem métodos científicos, Deus pode; ninguém pode nos dar a vida eterna, Deus pode. Como amigo que Deus é, quando se tem Ele como amigo, nos tornamos amigos melhores, mas, mesmo assim, não conseguimos ver nenhum melhor amigo do que Ele, até porque nossos amigos erram e Deus não.

Vendo por outro lado, na nossa vida as coisas passam, as pessoas passam. Nossa vida pode se transformar completamente de um dia para o outro, todos os bens que nós temos, de uma hora para outra podemos perder, também nosso emprego, família, tudo. Mas, Deus não. Tudo pode morrer, tudo pode acabar, tudo pode se perder, mas Deus permanece. Quem tem a honra e a graça de perceber a importância que Deus tem em sua vida, não consegue mais deixa-lo em segundo plano.

A Igreja não é Deus, entretanto, Ele é a cabeça dela, e ela é o lugar onde podemos encontrar Deus aqui neste mundo, principalmente na Eucaristia. Mas, não só neste alimento, na Igreja temos Deus também nas pessoas, porque essas pessoas que vão lá buscar Deus, passam a possuí-lo também, e tudo que era de ruim que elas tinham, passou pouco a pouco a se configurar com a maravilha que é o amor de Deus. O valor que a Igreja deve ter para nós não é nada de sólido ou doutrinário, as estruturas caem, e a doutrina pode ser um tanto obscura para se entender; o valor que devemos procurar na Igreja é Deus. É certo que podemos encontrar não só lá, mas em nenhum lugar se encontra como lá.

Desprezar as coisas de Deus, portanto, é estar sob influência e não saber. Subestimar o poder de Deus é estar manipulado e não saber. Viver sem Deus é ser infeliz e não saber. Não querer ser feliz em Deus, por isso mesmo, é ser insensato e não saber.

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Decadência

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8635-romans-of-the-decadence-thomas-couture“Muitos poucos querem pensar, mas todos querem ter opinião.” É a grande verdade que nos diz Schopenhauer. Felizmente, para o seu tempo, eram os cultos que formavam opiniões. Naquele tempo, só tinha cacife para dizer ou deixar de dizer algo era quem tinha pompa para isto. Quem não tinha estudo, por outro lado, não tinham nem acesso aos meios de comunicação, já que era, fundamentalmente, a imprensa quem mandava.

Hoje, graças ao capitalismo vaidoso e o seu mundo do dinheiro, do que tem mais dinheiro e do que produz mais dinheiro, não é necessário ser doutor em nada para ser alguém, nem muito menos ler livro nenhum para saber sobre o assunto. Aliás, se hoje se estuda, não é por amor, mas pela necessidade que o mundo exige, diga-se a concorrência. Ainda mais, qualquer um, hoje em dia, por aparecer em qualquer canal de televisão ou cantar qualquer coisa inútil em música que vira verdade universal.

Graças a isso tudo, está tendo origem, por estes dias, uma nova segregação social, é a da massa controlada pela mídia e a dos diferentes. Essa massa dominada tem como seus ídolos os artistas. Estes, há muito tempo não serviam de exemplo para nada, aliás, sofriam de sério preconceito. Hoje não, o que se vê são programas de televisão e revistas que contam o que eles estão fazendo da vida, como se isso fosse realmente útil. Não que eles sejam indignos, mas, tornaram-se referências. Já se foi o tempo em que os ídolos eram pessoas virtuosas, já era. Hoje são os belos, os extravagantes, os polêmicos, os rebeldes.

Não obstante, das músicas que se ouvem nas rádios e televisão, poucas têm realmente uma boa mensagem a se passar. O que se transmite, na verdade, é por toda uma indústria que se alimenta. Enquanto uma banda canta sobre bebida, tem alguma empresa de bebidas alcoólicas patrocinando a festa, ao mesmo tempo em que canta sobre festa, faz com que essa mensagem alienadora incentive mais e mais os jovens, estes que são os grandes incentiváveis, a frequentarem mais estas festas. Além do mais, a música agora dita moda e jeito de ser. Pode-se duvidar que se não fosse a MTV e a sua promoção dos “emo”, se haveria tantos coloridos hoje pelas ruas com seu belo costume de ter relações com pessoas do mesmo sexo.

Infelizmente, hoje “ninguém” lê. Só se ouve, assiste e sente. As pessoas estão se tornando cada vez mais mercadorias, ou pior, bens consumíveis e não duráveis. Descartáveis. Dever-se-ia voltar ao tempo das virtudes e dos virtuosos, do mundo da boa qualidade, da sinceridade e de menos vaidade, pelo bem da sociedade, visto que, pelo jeito que vai, dela boa coisa mais não sai.

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Libertinagem de Expressão

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profligacy

Pelo meu direito à libertinagem de expressão eu posso falar de quem ou do que eu quiser, quando eu quiser e porque eu quero. Desrespeitar é o que me guia, porque se eu tenho tal direito, não preciso me preocupar em ofender. Eu ofendo mesmo, tenho direito a isso, e se tenho esse direito, o que a libertinagem me dá, você não tem o direito de não ser ofendido, só pode me ofender de volta, como resposta.

Que me importa se a sociedade está ficando doente (moralmente doente)? A minha amoralidade não é aquela que supera a moral, mas aquela que considera que ela não existe. Afinal, se eu acho que é certo, é certo. Se eu creio, é porque existe, pelo menos para mim. Se eu faço, é porque é lícito. E quem é quem para me criticar, para dizer que estou errado, se a verdade é relativa? Tudo é relativo! Então, se tudo é relativo, tudo que eu faço é certo!

O que me irrita mesmo é quando começam a reclamar uns dos outros. Como é que uma pessoa pode ter a coragem de criticar um desonesto quando ela só não faz o mesmo porque não tem oportunidade? Coitados dos políticos, estes sofrem demasiadamente críticas por serem espelho da sociedade a que pertencem.

Agora eu não entendi. Eu me irrito com o que falam. Ora, eles também não têm o direito à libertinagem de expressão? Eu deveria, na verdade, respeitar a opinião deles, afinal, tudo é relativo mesmo. Se eles pensam isso, devem estar certos e eu também. Afinal, a verdade não existe e, por isso, sobre ela não se discute.

Liberdade de expressão, por outro lado, não me interessa, porque, se for ver mesmo o que é liberdade, vou me deparar com um conceito muito mais concreto do que a abstração e relatividade da libertinagem. Liberdade, no final das contas, vai acabar por ser fazer o certo, posto que só é livre quem tem conhecimento daquilo que escolhe e, por isto, irá escolher o melhor. E esse negócio de certo também é muito concreto, acaba por ser aquilo que é honesto, justo e não prejudica ninguém.

Ser livre e correto requer muita preocupação da minha parte e o que eu quero é o meu bem-estar. Eu sou vaidoso, mesmo! Igual a todo o mundo! Isso é lógico! Preciso me adequar à realidade em que vivo. Se todo mundo é vaidoso, porque justo eu vou ser altruísta? Afinal, pelo princípio da indignidade da pessoa humana, tenho o direito de somente pensar em mim e fazer o que me convém, porque honra, dignidade, honestidade, hombridade, solidariedade, sobriedade, integridade, etc., são conceitos relativos, como todos e ninguém está mais preocupado com isso.

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Da Pequena Moral

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O que seria de nós se o coração falasse? O que seria de nós se nós agíssemos de acordo com os verdadeiros desejos do nosso coração? O que aconteceria se, de uma vez por todas, nós esquecêssemos tudo aquilo que nós, no fundo do nosso coração, não queremos nem saber?

Nossa alma existia quando éramos crianças. Naquele tempo nós tínhamos coração. Naquele tempo gostávamos de verdade, justiça, harmonia, amizade, paz. Naquele tempo nós podíamos sorrir e também podíamos chorar, podíamos também abraçar. Brincar. O que acontece quando nós crescemos?

Crescemos e aprendemos a mentir, a sermos desonestos, a trair. Quando éramos crianças, chorávamos a violência. Hoje, evitamos a paz. Com o pressuposto de darmos o melhor para os nossos filhos, usamos de toda sorte de artifícios. Ensinamos, com a nossa prática, nossos filhos a errar.

Dentro de todos nós existe uma criança. Pelo menos, nós, que tivemos infância. Porque hoje... Hoje, nós, adultos, conseguimos tirar a infância daqueles que a vivem. Não existe mais inocência e em todo lugar existe nudez e violência. Aquilo que tínhamos de mais precioso, a nossa pureza e a nossa paz, foram retiradas do nosso mundo.

Tudo isso porque nós, adultos, aprendemos a viver conforme os ditames da vaidade. Nós, adultos mimados que não sabemos ser felizes. Parece até que, quando sabíamos ser, não ficávamos satisfeitos com um simples carrinho ou com uma boneca de pano. Até parece que precisávamos de muita coisa para viver com tanta alegria.

Mas, não! Hoje, para satisfazermos nossos desejos mais egoístas de satisfação, tiramos de quem não tem, não damos a quem merece, não pagamos o que devemos, fugimos de nossas verdadeiras responsabilidades. A responsabilidade que assumimos quando pequenos, no tempo em que ainda adorávamos nossos super-heróis, de combater junto a eles pela justiça.

Se se fala tanto em sonhos, é porque é o que mais tínhamos quando éramos pequenos. Se se fala tanto em sonhos, é, por outro lado, porque não nos é mais permitido, nem por nós mesmos, sonhar. Não nos é permitido mais sermos quem realmente somos. Enfim, não nos é mais permitido, nem sorrir, nem chorar, de verdade.

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Da Origem da Moral Humana

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Estavam Adão e Eva no paraíso. Não sabiam o que era certo e errado, afinal, não existia o certo e o errado. Tudo era harmônico, até que em certo dia, apareceu-lhes alguém diferente, um tanto sedutor e inteligente demais. Falava-lhes de uma liberdade diferente da que eles tinham, a liberdade de serem senhores deles mesmos, a liberdade de ditarem as regras, mudarem os conceitos.

Eles ficaram muito seduzidos com essa conversa, afinal, julgar, regular, conceituar, estabelecer valores, era algo que só Deus podia fazer, eles não tinham essa autorização. Pensavam, sim, que se Deus era o inventor, era Dele o conceito. Entretanto, não queriam ficar tão simplesmente na posição de criaturas, queriam ser também criadores. Ficaram fascinados com tudo isso!

Convenceram-se, então, e decidiram por assim fazer. Puseram-se no centro, em vez daquele que é o doador da vida e tornaram-se senhores de si mesmos. Empolgados, nem lembravam de que não sabiam como o fazer, afinal, de Deus era toda a essência, poder e conhecimento.

Deus descobriu e decepcionou-se, como era de se esperar. E então lhes disse: “Assim como quereis, sereis senhores do próprio destino. Entretanto, hão de arcar com as consequências de tão estúpido ato.” E fingiu os ter abandonado.

Depois disso, foi feito como desejaram, tornaram-se donos do mundo e de si mesmos. Enquanto o tempo passava, perdiam o controle da situação. Começaram, então, a fazer aquilo que sabiam nunca poder. Iniciaram, pois, a dizer o que era certo e o que era errado.

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Do Moralismo

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O que Jesus pensava quando evitou que atirassem todas aquelas pedras? Porque tomou aquela atitude? Porque queriam atirar aquelas pedras? O que os levava a matar alguém que não tinha matado? Moralistas... moralistas eram, porque eram e assim eram. Moral, meus amigos, moral.

A mesma moral que se supõe construir é a que pode destruir, justamente pelo fato de ser... moral. Quando é que se reflete sobre o moral e imoral? Talvez somente quando se encontra o amoral. Mas, porque o amoral é tão terrível? Talvez porque só se consiga viver com a moral. Está tudo um tanto nebuloso, não está?

Nós, seres humanos, acabamos nos tornando capachos dos conceitos que construímos. Perdemos nossa identidade até mesmo para aquilo que achamos dos outros. De fato, muitas vezes não possuímos o controle de nossa existência, de nossa identidade para sermos "sociais", para sermos "grupo". Parece algo óbvio e normal, somente quando não mergulhamos até o fundo das devidas razões. Cantamos que queremos uma ideologia para viver, e no fundo, o poeta tem a grande razão. Procuramos uma ideologia porque não sabemos ser nós mesmos.

A grande razão de tudo é simples, e é o que Jesus sempre quis mostrar. Ninguém é aceito pelo que é. Se tem limites mais baixos que os outros, não é aceito, se tem limites além do normal, também não. O homem tem que ser bom, mas também tem que ser ruim. Ser tão bom como Jesus era, também não era moral, talvez por isso também Ele não tenha sido aceito. Porque é pela moral que muitas vezes fazemos coisas boas que não queremos, porque tememos não ser incluídos no grupo. Pela mesma moral, entretanto, não fazemos coisas boas que até mesmo queremos, para que sejamos do mesmo modo incluídos, só que em um grupo de indivíduos fracos.

Ao longo de todas as discussões, tudo aquilo que está velado aqui poderá ser paulatinamente desvelado. Muita gente irá entender o que aqui foi explanado. Mas, tenho certeza que também serei terrivelmente mal compreendido. Todavia, não escrevo para agradar ou ser aceito. Se não sou moralista, porque iria perder minha identidade aqui também?

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Introdução ao Moralismo

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throwing-stones-v1Será lícito questionar porque tomamos certas atitudes, porque nos comportamos de certo modo? O que será que podemos encontrar se cavarmos mais fundo um pouco, se mergulharmos para além da superfície? O pior que pode acontecer é a verdade não nos ser agradável. Entretanto, de que vale viver se esta vida for uma ilusão? Filosofar é aprender a viver e a morrer. Viver sem saber por que, para que e como, que graça tem? Assemelhamos-nos a qualquer planta ou animal se não fazemos um mínimo de reflexão sobre o sentido da nossa vida e dos nossos atos.

Conhecimento é algo que proporciona, na primeira das opções, liberdade. Ainda mais quando o conhecimento é de nós mesmos e do que nos rodeia. Afinal, liberdade pressupõe escolha, e escolha, sem conhecimento, é, no mínimo, alienação. Alienação e liberdade não têm nada um com o outro.

Nesse sentido, vamos começar aqui uma reflexão sobre a moral. Sobre o motivo de sua existência, quando da sua inexistência, da impossibilidade da sua inexistência ao mesmo tempo da necessidade da sua existência, vamos pensar também sobre as más e boas consequências dela provenientes. As boas, acreditamos que, no final das contas, acabam por serem más.

Creio que nessa escavação, muito mais ossos serão encontrados do que tesouros. Afinal, sabemos que no fundo do mar só existem animais monstruosos.

É importante que façamos juntos esse caminho de conscientização. Conto com a ajuda de todos com papos, comentários e e-mails.

Grande abraço,

Do autor.

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Do Amor Romântico

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O amor é como uma semente que se planta. Propositadamente ou não, aparece ali, no solo, e, se plantada na hora certa e no momento certo, começa crescer. Assim como tudo que nasce, é incrivelmente belo e não há outro desejo senão cuidar daquele brotinho. Esse botãozinho realmente necessita ser regado, pois, no comecinho de sua existência, não tem força para suportar sozinho algum forte inverno ou verão que possa aparecer.

Este amor, na sua forma sentida, há de se desenvolver. Com o rebento que nasce ele só começa a aparecer. E a paixão, diferente do que se pode pensar, não é a raiz que sustenta, mas o encantamento com aquilo que espera que se lhe dê ar, sombra, abrigo e alimento. Enfim, felicidade.

A raiz, na verdade, é o amor na sua forma vivida, porque, com o tempo, ao seu crescer, deverá invadir todo o terreno da paixão, senão todo o edifício construído, por falta de fundamento, há de ruir.

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Da Filiação

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Akathist_Hymn_to_the_Theotokos_iconEm tempos antigos, a Arca da Aliança, que para os judeus era a presença de Deus, era carregada por homens. Esta arca desapareceu. Felizmente, apareceu novamente, não como objeto, mas como uma pessoa. Não era revestida de ouro por dentro e por fora, mas era pura como o ouro da antiga. Trazia dentro de si as Tábuas da Lei, no seu cumprimento, a vara de Aarão, na origem do seu poder e o próprio Maná do deserto.

Também, em passado distante, uma mulher chamada Judite, pela sua grande vitória ao trazer a salvação para o povo de Israel, foi chamada bendita mais que todas as mulheres da terra (Judite 13, 18). Em tempo não tão distante, houve uma mulher que, por seu sim, trouxe a salvação para toda a humanidade. Também ela, não por coincidência, foi aclamada como bendita entre as mulheres (Lucas 1, 42). Se Judite é tão bendita por trazer a salvação ao povo de Israel, o que será Maria, que trouxe a salvação para todos os povos em todos os tempos?

Se não fosse suficiente, ela aparece em um livro nada convencional, de forma nada usual: como um sinal grandioso no céu, vestida com o sol, tendo a lua debaixo de seus pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas (Apocalipse 12, 1). Revestida de sol, do sol que é Deus! Completamente revestida do Espírito Santo, como disse o Anjo que ela é cheia de graça. (Lucas 1, 28). Tendo a lua debaixo de seus pés, por ter o mal, a escuridão, debaixo de seus pés, como Deus já anunciou à serpente no gênesis, quando disse que iria por inimizade entre ela e a mulher, que a ela feriria o calcanhar da mulher e a mulher a sua cabeça (Gênesis 3, 15). E sobre a sua cabeça, uma coroa de doze estrelas, afinal, ela é a mãe e rainha da Igreja.

Mãe e rainha da Igreja, mãe daqueles que observam os mandamentos de Deus e mantêm o Testemunho de Jesus (Apocalipse 12, 17). Foi o próprio Deus que nos deu Maria como mãe, quando, pouco antes de expirar, a entregou a João, que ali representava os apóstolos e os apóstolos representam toda a Igreja. Dos apóstolos até hoje ela vem cuidando de nós, seja da Igreja como um inteiro, seja de cada um, individualmente.

É triste ver tantos sem estes cuidados, tantos órfãos desta mãe que Deus nos deu de presente! É triste, triste, ver pessoas que preferem dar ouvidos a um homem dizendo ser o dono da verdade do que a toda a verdadeira história da cristandade! Mas, é alegre e feliz, reconhecê-la e receber seus cuidados de Mãe! É ter um pouco da alegria e felicidade que Jesus teve quando por ela foi cuidado. Quem é o insensato que não quer?

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Da Orfandade

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Ternur2Uma mentira contada como verdade, começa a ter aparência dela. Todavia, para o desassossego daquela que tem pernas curtas, a verdade nunca vai deixar de ser a verdade e quem tem o bom senso de acreditar nela sempre vai ser maioria.

Para se seguir a verdade é necessário um tanto de humildade, visto que ela não irá mudar, a única coisa que se pode fazer é aceitar. Por outro lado, a mentira faz com que o mundo seja o que nós criamos. A mentira amacia o nosso ego, a mentira nos deixa ter razão. Mas, ela? Logo ela que não fez nada e, pelo contrário, por seu sim nos trouxe a salvação? Ela, que carregou o nosso Céu dentro de si, já pertencendo a Ele? Logo ela, que foi a mais agradável filha, que foi a mais amável mãe, e que foi a mais fiel esposa de Deus, e que, além do mais, não haverá outra igual, é sujeita a tais patifarias!

Uma mulher normal... É bem suspeito ser verdade pensar assim, porque Jesus é considerado verdadeiro homem. Sendo assim, Maria é verdadeira mulher, as outras tão somente tentam ser, assim como nós, homens de bom senso, tentamos nos igualar a Cristo. Falando nisso, as mulheres que não têm essa Mulher como modelo, não se sabe o que têm. Vão cada vez mais se tornando machos por tentarem se assemelhar a Cristo, que, sendo Deus, nasceu homem.

Que não venham dizer, de outra maneira, que ela era uma mulher como outra qualquer! Um argumento desse tipo parece mais uma loucura, até mesmo sintoma de demência, do que algo que algum ser racional possa dizer! Uma mulher que é esperada desde o Gênesis (Gên. 3, 15), e por Deus coroada (Apo 12, 1) é uma mulher como outra qualquer? A mãe de Deus feito homem e, assim como Ele, modelo de obediência é uma mulher como outra qualquer? Se Cristo foi verdadeiro homem, Ele só amava ao Seu Pai mais do que a sua mãe, Maria. Pois é isso que ela é, a mulher mais amada por Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo!

Jesus, na sua Cruz, ofereceu a sua vida por nossa salvação. Mas, não só a sua vida, ofereceu também tudo que lhe restava, seu maior bem nesse mundo a toda a humanidade. Infelizmente, assim como o seu doloroso sacrifício como Deus não é acolhido por muitos, a sua mais amorosa oferta feita por sua identidade humana também não é.

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Da Radicalidade [Parte final]

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arthur-hughes-the-pained-heart-83996Falava-se de valores evangélicos, não é? Pois, confirmo sim, não se fala aqui de qualquer radicalidade e de qualquer conceito que se possa dar aqui. A linha de consciência é a do Evangelho, verdade eterna e imutável por redundância.

A radicalidade, pois, nada mais é do que a vivência real de algo, desde o mais íntimo do ser. Não pode ser radical aquele que não sabe bem onde, como, nem porque está vivendo algo. Isso aí tem outro nome, é fundamentalismo. A radicalidade, de maneira diferente, vem, etimologicamente, de raiz (radix, no latim), é algo que está enraizado e dessa raiz flui todos os atos, não só fluem, como por ela eles se sustentam. Deus perscruta os nossos corações, está aí a grande diferença. Em ser cristão, o que importa não é o simples ato, mas a intenção com que ele foi realizado.

Amor não é só ação, é sentimento, é comprometimento. A vivência do Evangelho não pode, de maneira alguma, existir sem o amor, seja pela sua exteriorização, o que comporta objetividade, seja por motivações subjetivas, o que só Deus pode avaliar. Aliás, o que realmente importa é a avaliação Dele, a qual todos um dia seremos submetidos. Como não podemos saber as intenções dos corações alheios, qualquer julgamento carece de validade, muito mais ainda de caridade. Desse modo, a dita cara feia dos objetivistas nada mais é do que uma tremenda estupidez, o que, por sinal, não é nada inesperado para quem vê o evangelho de maneira objetiva.

Portanto, a vivência do daquilo que Cristo pregou não pode ser de fora para fora, mas de dentro para fora. Deus, que é infinito, só é comovido por valores também infinitos. Ora, só o amor é um valor infinito. Bem vindo, pois, ao reino do coração.

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Sobre a morte de Bin Laden

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bin-laden

Não consigo entender como os pequenos que erram são os 'diabos' e os grandes, na verdade, nem erram, se se for parar para pensar. Terrorismo é algo terrível, sim, assim como tudo que destrói vida ou vidas. Entretanto, o que nos evitam fazer, além do mais, já é costume que nós não consigamos inverter os papéis.

"Não se atreva a dizer que estou errado." O temor reverencial é nos ensinado no berço, quando alguns pais nos obrigam a concordar até com seus erros, posto que são superiores. Não podemos discordar dos patrões, não podemos discutir com autoridades. Vivemos na civilização do medo e da servidão, medo que causa servidão, quando pouco, a bajulação. Respeito, temor, prestamos a quem não se deve. Fazemos porque somos fracos.

E o que isso tem a ver com a morte de Osama Bin Laden? Responda-me, então: se esse infeliz terrorista dito morto soltou uma bomba atômica em Hiroshima; se foi ele que dizimou mais de um milhão de pessoas no Vietnam; ainda mais, diga-me se foi ele que, a pretexto de derrubar um ditador, alegando que este possuía armas químicas nunca comprovadas, e na verdade, querendo petróleo, invadiu um país e matou milhares? Não! Desse modo, responda-me mais um questionamento: se Bin Laden pratica terrorismo, o que fez os Estados Unidos ao longo da história?

Um pouco de reflexão faz muito bem, a fim de que, com essa escavação, se descubra onde está ou não o "eixo do mal”.

Ao Senhor que nos ama e a quem nós realmente devemos servir somos tão rebeldes... o porque disso eu não entendo.

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Da Radicalidade (Parte 1)

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1O mundo está cada vez mais pragmático e objetivo, por isso também, estão as pessoas cada vez mais pragmáticas e objetivas. Estando as pessoas mais pragmáticas e objetivas, seus atos estão cada vez mais pragmáticos e objetivos. Por estarem cada vez menos subjetivas, suas atitudes estão cada vez menos imbuídas de valor, faz-se porque deve fazer e sem pensar o por quê. Interessante isto é, em virtude de nós, seres humanos, sermos constituídos de corpo, alma e espírito, e tudo que psíquico e espiritual possui significado, possui valor. Ser objetivo, portanto, não deveria ser nada convencional.

Refletir sobre isso se torna até engraçado quando prestamos atenção a como interpretam até algum trecho importante da Bíblia, qual seja, quando São Tiago diz em sua carta: “Que teu sim seja sim, e que teu não seja não”. Esta frase, buscando o mais profundo do seu sintoma, não consiste tão somente em dizer a verdade, mas em todo o sentido de uma radicalidade na vivência desta. O problema é que os objetivistas veem a radicalidade como um arcabouço de atos, um conjunto de atos que não admitem intercessão com outra realidade, quando, na verdade, não é.

Os objetivistas diziam, nos tempos de antão, que não se podia comer de mãos sujas; hoje dizem que não se pode ouvir música secular, como se algo como a música, que tanto bem faz a nossa alma, fosse contaminar o nosso espírito. Desse modo, elaboram um “Código Penal Cristão” com tudo aquilo que é proibido e com as respectivas sanções. Estas, felizmente, não podem passar de uma vida inteira de sanções iminentemente morais. Um exemplo pode dar mais ênfase à compreensão: Art. 59: Ir para um show de metal. Pena: 5 semanas de sendo olhado com cara feia e ser chamado de satanista até que se esqueça do fato. Parágrafo único: A pena aumenta de um terço se o agente foi para o show de preto.

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Do Tempo

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O-Grande-MasturbadorO tempo acaba. Vira-se a ampulheta, mas o tempo acaba. Por isso, que eu viva de modo que morra sorrindo, que eu e meus filhos colhamos daquilo que plantei. Pois existe um tempo que não volta e hoje já pode ser tarde demais.

Se o arrependimento bate, é para que a atitude mude. Quem chora o leite derramado, acaba por deixar que se derrame mais. Quem errou que pare de errar e quem perdeu que pare de perder, para que não chore e se arrependa novamente. Contudo, existe um tempo para chorar e desse tempo deve ser tirado bom proveito.

Não sabemos o dia de amanhã e não sabemos o que vamos colher do que plantamos, mas, uma coisa é certa: ao menos teremos a satisfação de saber que não perdemos tempo e que, pelo menos, plantamos.

Quem sorri demais fica para trás. De fato, quem perde tempo é porque possui uma vida sem sentido. Construir é preciso, trabalhar é preciso! Pois, que não se murmure quem, por sua própria culpa, viveu a vida que podia ter sido e não foi.

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Da Irresponsabilidade

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1298862680_d7f76bbc69Esponsalidade vem de esponsal. Do mesmo modo, responsabilidade vem de resposta. O tempo passa e a vida vai se transformando cada vez mais numa brincadeira. As pessoas estão cada vez menos levando as coisas a sério. Num aspecto geral, isto é bastante preocupante. Entretanto, o problema é que essa irresponsabilidade não se encontra não só nas pessoas do mundo, ela está entrando diretamente e contaminando a Igreja. Cada vez mais os próprios cristãos estão construindo sua própria casa no inferno sem saber. Vamos responder pelos nossos atos.

Brincadeira pra lá, musiquinha pra cá! Modinha aqui e ideologias ali. É incrível como estão contaminando toda a mensagem do Evangelho com um monte de baboseira! Com o intuito de trazer mais e mais gente, estão caindo numa bela armadilha. Existe uma raiz em cada ato nosso, e esta raiz estando contaminada, toda a consequência vai estar também. Não sabem, esses irresponsáveis, a seriedade da mensagem do que estão lidando.

Não pensem vocês, que por estar na Igreja, ir à missa todos os dias, rezarem, vocês estarão isentos de uma realidade chamada inferno! Podem pensar que estão fazendo tudo certo, mas as consequências vêm à tona para lhes mostrar a realidade. É uma grande armadilha a tentação da grandeza! Partindo do pressuposto de lotar, usamos de todos os artifícios para chamar mais e mais pessoas para a nossa maldita rede, mas não nos importamos se elas realmente estão sendo salvas. É como se tudo fosse mágica!

Acabamos por envenenar tudo! Tudo fica maldito. Mentimos e fazemos tudo para acobertar as besteiras que fazemos. Nós, cristãos, temos que nos preocupar, pelo amor de Deus, com a verdade do Evangelho! Aquilo é sério, não é uma brincadeirinha! Não é porque se é criança, adolescente ou recém-adulto que vai deixar de ser algo sério e que tem consequências por toda a eternidade! É triste que por vivermos no tempo, esquecemos que nossos atos ecoam pela eternidade, na medida da misericórdia de Deus. Preocupamo-nos tão somente com o hoje, e o hoje, e o hoje! Devíamos aprender com as abelhas, elas que tem 100.000 vezes menos neurônios que nós, sabem se organizar e pensar no futuro de maneira responsável. Nós, por outro lado, somos completos idiotas e só pensamos em agradar ao nosso ego e salvar a nossa pele.

Ah, com quanta gravidade vamos responder por esses malditos erros. Erros que tem sérias consequências. Porque nós não conseguimos ver um palmo a frente da nossa testa? Porque somos tão cegos? Somos nós, os cristãozinhos, que vamos pagar as piores penas no inferno, se para lá formos.

Sabe o que é pior? É quando a ideologia entra em nossas mentes e tudo se justifica! Evangelho não é ideologia, é verdade! Não precisamos defende-lo, porque a verdade não precisa de defesa, precisamos propaga-lo porque a verdade deve ser dita e ouvida. Não porque ela é nossa ideologia, não porque é o que acreditamos, mas porque é verdade e esta verdade salva! Prefiro eu ser um simples leigo que levo a minha vida com responsabilidade, pensando nas consequências dos meus atos, do que ser um coitado de um sacerdote ou consagrado irresponsável que corre o maior perigo de ir arder no inferno! Prefiro eu ser ilha dentro da Igreja do que estar numa paróquia ou numa comunidade de qualquer modo, e, em vez de salvar almas, estar condenando a minha e a de todos que estão ao meu redor.

Porque não conseguimos pensar que o fruto da nossa evangelização é como se fossem frutos de uma árvore que somos nós? Se estivermos evangelizando da maneira errada, esses frutos serão contaminados, sim! E só a misericórdia de Deus para consertar esta tremenda porcaria que fizemos! Só a misericórdia de Deus em fazer com que essa alma potencialmente condenada encontre um verdadeiro cristão, do modo que seja, que lhe mostre o que é a verdade, porque Deus, ao contrário do que um monte de gente é levada a pensar, não é mágico. Deus não precisa de nós, somos nós que precisamos de nós mesmos e Deus nos faz precisar de nós mesmos. Na medida em que nos tornamos maus samaritanos, vamos responder por isso.

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Da Nobreza

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icone-o-jovem-ricoJovem Rico – Como é que você suporta essa vida de humilhação? Quem diz o que é bom somos nós. Aliás, nós é que vivemos o que bom! Vocês pobres tem de aprender a conviver com o resto, o que sobra de nós, o que nós não queremos.

Jovem Pobre – Eu é que não entendo como vocês, ricos, conseguem conviver com essa vida de autoglorificação, de pura ilusão. Pensam viver o que é bom, mas, na verdade, não sabem o verdadeiro sabor e sentido da vida. Vocês têm de aprender a conviver com pessoas que não os amam e não sabem discernir elas das que elas realmente se importam com vocês.

Jovem Rico – Você me faz rir com essa história de sentido da vida! Afinal, qual é o sentido da vida senão viver, desfrutar o melhor que ela pode dar? Vocês não sabem o que é prazer, o que é poder, muito menos o que é ter. Só pode quem tem! Você me diz que eu não tenho pessoas que me amam ao meu lado, mas eu sou cheio de amigos! Todos querem estar perto de mim. E vocês, a quem ninguém interessa a amizade porque nada a eles pode proporcionar?

Jovem Pobre – Troco mil amizades por uma verdadeira e sincera. Por uma amizade que considera o valor que eu tenho, não do que eu tenho. Você diz que o sentido da vida é desfrutar o que ela tem. Que pena que pensa assim, porque o materialista só assim é porque lhe traz vantagens, porque quando você morrer, não carregará nada consigo. Não queria dar essa vertente ao assunto, mas o melhor amigo que eu posso ter, eu o tenho e Ele se importa comigo, esse amigo é Deus, você se lembra Dele?

Jovem Rico – Deus? É claro! Vou à missa na Catedral todo domingo que não tenho algo mais importante a fazer e sento sempre na primeira fileira. Ajudo vários orfanatos e lares de idosos. Até o dízimo eu dou e ele é maior do que a soma de toda a oferta e os restantes dízimos mensais.

Jovem Pobre – Não sei se você se recorda, mas eu perguntei se você se lembra de Deus.

Jovem Rico – Entenda uma coisa. Somos nós, ricos, que ao longo da história conceituamos o que é bom e ruim. Somos a nobreza e chamamos ao que gostamos de nobre. Nós é que ditamos a etiqueta social. Nós é que elaboramos as leis. Somos nós, inclusive, que indicamos os governantes. Nomeamos até alguns papas e tivemos muita influência ao longo da história da Igreja. Portanto, quem é você pra falar de Deus para mim? Quem é você pra me dizer o que é certo ou errado? Você é pobre, não é ninguém!

Jovem Pobre – Não sei como você se atreve a pensar assim e frequentar a Igreja. Enfim. Eu tenho um Céu a mim prometido, Jesus me chamou até de bem-aventurado. Disse que sou feliz por ser assim, pobre. Ele, inclusive, se fez pobre e nasceu numa manjedoura. Ele falou também que somos nós que conseguimos entender a Sua palavra. De vocês, ao contrário, disse Ele que é mais fácil um camelo entrar num buraco de uma agulha do que vocês entrarem no Reino dos Céus. Para Deus, ser nobre é ser pobre.

Jovem Rico – Perdoe-me, mas agora tenho compromisso. Tenho que ir embora.

Jovem Pobre – Tudo bem.

Jovem Rico – [Imbecil, se acha melhor do que eu].

Jovem Pobre – [Coitado...]. [Senhor, tem misericórdia desse homem].

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