O mérito de Francisco
Pode ser que, em algumas vezes, o estudo exagerado seja para não entender aquilo que é óbvio, tanta interpretação a fim de ludibriar a verdadeira mensagem que o texto quer passar. Isso acontece muito com o Evangelho. Tantas teologias existem aí com vertentes que cada um dá, para se eximir da responsabilidade dos atos, como que dizer: “se não entendo dessa forma, é porque não é”. E assim acontece que cada um vai tendo o entendimento que for mais favorável a si.
Os pequeninos tem mais facilidade de entender a mensagem de Jesus, digo os pobres, os doentes, daí se entende que para entender o principal do Evangelho não é preciso lá muito estudo. Jesus, que é inimigo da soberba, não ia falar algo que só os doutores entendessem, mas “dispersou os homens de coração orgulhoso”, como disse sua mãe. Daí se pode entender a fuga que tantos teólogos fazem do verdadeiro entendimento do Evangelho, que é simples.
Assim viveu São Francisco, não querendo entender a Palavra como lhe fosse útil, mas sendo humilde e submisso a ela. Tinha o Evangelho como regra de sua vida, não de forma interpretada, mas na sua literalidade. Assim, tornou-se, sem interesse algum nisso, o maior santo da história da Igreja. Ele é a prova maior que a soberba “inteligência” nada aproxima de Cristo, por outro lado, é mais coisa do diabo. Querer entender o Evangelho do jeito que se quer é tirar o título de Deus do Espírito Santo e o título de Verbo Encarnado de Jesus, para assumir o papel de deus, de senhor da razão, até mesmo das escrituras.
O certo é seguir, portanto, o exemplo de tão grande homem, de deixar a verdade o moldar, não moldar a verdade a si. De ser humilde e rebaixar-se não só ao outro, mas também à razão e à verdade. De saber que existem Deus Pai, Filho e Espírito Santo que são maiores que a si, e que se deve assumir uma posição submissa, servil, diante deles e do que é deles.
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