A Coroa
Se fosse eu usando aquela coroa, sabendo a grandeza do rei que era, nem digo o que faria. Talvez, a primeira coisa que diria era o famoso jargão: “Você não sabe quem sou eu...”, e tiraria aquela coisa que estava me ferindo. Quem sabe depois, se eles insistissem, começasse a brigar, sabendo que fui eu que dei força a Sansão, Davi e Gideão? Eu ia humilhar mesmo aqueles pobres coitados…
Podia eu ser mais sutil, dizendo: “A planta que foi usada para fazer essa coroa fui eu quem criou...”. Ou ainda, de modo sarcástico, diria que era o rei do universo... Uma coisa é certa: aqueles soldados idiotas não iriam ficar impunes por tal humilhação, como é que pode se fazer uma coroa de espinhos e colocar na cabeça de Deus, por dizerem que Ele era rei dos judeus? É muita ousadia…
Podia ser essa, realmente, a minha reação, e nem haveria necessidade de tanta gravidade da situação. Simplesmente pelo fato de ser Deus, não suportaria ser contrariado de maneira alguma. Isso é fato. Contudo, eu não sou tão idiota assim. Uma coisa é o agir e outra coisa é como deveria. Colocar-me em tal posição não me faz pensar de Jesus um covarde. Pelo contrário, vejo que me assemelho muito pouco a este que digo servir e seguir. Não tenho nada de humildade.
Se me orgulho da minha humildade, humildade já não mais habita em mim. Parafraseando um Filósofo francês, Sponville. Bom texto, porém padeceu um pouco de afetação. É a minha singela opinião. Mas, continue escrevendo. Há textos seus muito bons, outros um tanto que sofríveis (não de uma maneira pejorativa), mas ao lê-los já entendi um pouco sua linha de consciência (risos).
ResponderExcluirCordialmente,
Raquel Fernandes