O Primeiro Mandamento

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Iludem-se aqueles que acreditam que os homens não cumprem o primeiro mandamento, eles só trocam o foco. Para ser direto, eles amam sim, a Deus sobre todas as coisas, o problema está em quem é o deus, o qual eles escolhem.

Uns amam a si mesmo acima de todas as coisas, vivem para eles mesmos e tudo tem que girar ao redor deles. Vemos este tipo usualmente no trânsito. O Deus verdadeiro, que deveria ser amado, torna-se escravo do falso deus, tem que se submeter a vontade dele, e ai Dele se contrariar ao suposto Deus. O Todo-Poderoso é tão bondoso, tão bondoso, que passa a vida inteira do deus atrás deste, e algumas vezes, consegue Seu verdadeiro lugar. Um exemplo deste tipo de gente: Santo Agostinho.

Outro deus é o poder, seja pecuniário, político, ou intelectual. Não é muito difícil encontrar este tipo de gente por aí, geralmente eles passam por cima de todos para conseguir o que querem. Uns trapaceiam para conseguir um cargo maior, outros escravizam seres humanos. Já outros abusam de todos os artifícios, seja vis, res ou fortuna, como dizia Maquiavel. Já outros passam o dia lendo livros que sabem que de nada vão lhes servir, a não ser inflamar seu ego com uma nota máxima, ou um primeiro lugar. Exemplo: São Paulo.

Existem ainda aqueles que tem como Deus o prazer, estes vivem um eterna farra. Só querem saber de beber, festejar, rir, fazer sexo, coisas deste tipo. As pessoas que crêem neste deus geralmente são bastante admiráveis, conquistam fácil a admiração de todos, embora estes sejam às vezes um mero objeto. Creio que este tipo seja o mais fácil de se converter, até porque todas estas coisas que proporcionam prazer são muito vazias por si mesmas. Um grande exemplo: São Francisco.

Tem uns, este sou eu, que sempre tentaram colocar Deus em primeiro lugar, mas na primeira oportunidade, deixam de o fazer. É uma situação difícil. É difícil sim, ter fé, principalmente quando se é contrariado, excluído, esquecido. Pode ser drama demais, coisa altamente melancólica ou depressiva, mas é assim que eu o vejo. É difícil demais ser diferente. Num mundo de positivistas, os relativistas ou críticos não tem lugar. Ou ainda, num mundo em que tudo tem que ser rápido, não se pode parar, nem pra pensar, e quem o consegue é um otário. Vou ainda além, num mundo em que houve uma inversão total de valores, ser virtuoso é inútil. Vivemos no mundo dos malas, dos espertos, e dos robôs.

O Deus Vivo se entristece, em sua eterna felicidade, por causa dos seus filhos, que mesmo com horas de joelhos não conseguem enxergar um palmo à frente, nem entender uma letra daquilo que ensinaram. Sempre foi e sempre será assim, quando os homens dão um lugar a Deus, este lugar não pertence a Ele, na verdade era só o lugar dos homens desfarçado de Deus.

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Misericórdia ou Justiça?

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Não entendo ainda como é que fazem distinção entre justiça e misericórdia. Entendo menos ainda alguns que dizem: "Deus é amor, mas é justiça!" - Não é por ser amor que Ele é justiça, e também misericórdia? Como sempre, partiremos de um raciocínio teológico, até porque, se existe um lugar em que a verdade deve estar guardada, é na teologia, não seria?

Meus caros, pensem comigo no que seria justiça. Segundo os romanos, justiça é a vontade constante e perpétua de dar a cada um o que é seu, segundo os gregos, é tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. Ou seja, justo não seria nada menos do que dar a alguém aquilo que este mereça, não é? E o que é a misericórdia?

A misericórdia, creio eu, é o que faz a justiça ser mais perfeita, porque, em vez de fazermos um raciocínio puramente matemático, como seria para ser justo, fazemos um raciocínio matemático, filosófico, antropológico, sociológico, psicológico, teológico, e outro "lógico" que existir. Mas, como todo ser humano, preferimos o que é fácil, e por ser o raciocínio da justiça proporcional, retributiva, etc, mais fácil, acabamos por ser injustos.

Ser misericordioso, portanto, é respeitar a miséria do outro, é reconhecê-la, é, enfim, entender que o ser humano não é perfeito, nem nunca será. Ser misericordioso, obviamente, não é um "plus" que podemos ser, é uma obrigação. Ser misericordioso não é algo necessário, é algo absolutamente indispensável, senão, não seremos justos, e o que merece aquele que não procura ser justo?

É por estes e outros motivos que não entendo estas duas faces, a da justiça e a da misericórdia, por pensar que são a mesma, que que não tem olhares diferentes, na verdade, seriam o mesmo olhar, o mesmo olhar de compreensão e de, acima de tudo, inteligência. Não há ser mais justo do que aquele que é onisciente, por óbvias razões (porque só sabendo de tudo pode-se ser verdadeiramente justo - para os que têm preguiça de pensar). Chegamos, graças a Deus, em um texto, a confundir justiça com misericórdia, afinal, deveria existir a dinstinção entre as duas tão somente para fins didáticos, como é a equidade, etc.

Isto posto, acredito que para sermos seres humanos merecedores de algo, devemos ser misericordiosos, até com nós mesmos. Aquele que ama, há de ser misericordioso!

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