Decadência
“Muitos poucos querem pensar, mas todos querem ter opinião.” É a grande verdade que nos diz Schopenhauer. Felizmente, para o seu tempo, eram os cultos que formavam opiniões. Naquele tempo, só tinha cacife para dizer ou deixar de dizer algo era quem tinha pompa para isto. Quem não tinha estudo, por outro lado, não tinham nem acesso aos meios de comunicação, já que era, fundamentalmente, a imprensa quem mandava.
Hoje, graças ao capitalismo vaidoso e o seu mundo do dinheiro, do que tem mais dinheiro e do que produz mais dinheiro, não é necessário ser doutor em nada para ser alguém, nem muito menos ler livro nenhum para saber sobre o assunto. Aliás, se hoje se estuda, não é por amor, mas pela necessidade que o mundo exige, diga-se a concorrência. Ainda mais, qualquer um, hoje em dia, por aparecer em qualquer canal de televisão ou cantar qualquer coisa inútil em música que vira verdade universal.
Graças a isso tudo, está tendo origem, por estes dias, uma nova segregação social, é a da massa controlada pela mídia e a dos diferentes. Essa massa dominada tem como seus ídolos os artistas. Estes, há muito tempo não serviam de exemplo para nada, aliás, sofriam de sério preconceito. Hoje não, o que se vê são programas de televisão e revistas que contam o que eles estão fazendo da vida, como se isso fosse realmente útil. Não que eles sejam indignos, mas, tornaram-se referências. Já se foi o tempo em que os ídolos eram pessoas virtuosas, já era. Hoje são os belos, os extravagantes, os polêmicos, os rebeldes.
Não obstante, das músicas que se ouvem nas rádios e televisão, poucas têm realmente uma boa mensagem a se passar. O que se transmite, na verdade, é por toda uma indústria que se alimenta. Enquanto uma banda canta sobre bebida, tem alguma empresa de bebidas alcoólicas patrocinando a festa, ao mesmo tempo em que canta sobre festa, faz com que essa mensagem alienadora incentive mais e mais os jovens, estes que são os grandes incentiváveis, a frequentarem mais estas festas. Além do mais, a música agora dita moda e jeito de ser. Pode-se duvidar que se não fosse a MTV e a sua promoção dos “emo”, se haveria tantos coloridos hoje pelas ruas com seu belo costume de ter relações com pessoas do mesmo sexo.
Infelizmente, hoje “ninguém” lê. Só se ouve, assiste e sente. As pessoas estão se tornando cada vez mais mercadorias, ou pior, bens consumíveis e não duráveis. Descartáveis. Dever-se-ia voltar ao tempo das virtudes e dos virtuosos, do mundo da boa qualidade, da sinceridade e de menos vaidade, pelo bem da sociedade, visto que, pelo jeito que vai, dela boa coisa mais não sai.
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