Do Moralismo

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O que Jesus pensava quando evitou que atirassem todas aquelas pedras? Porque tomou aquela atitude? Porque queriam atirar aquelas pedras? O que os levava a matar alguém que não tinha matado? Moralistas... moralistas eram, porque eram e assim eram. Moral, meus amigos, moral.

A mesma moral que se supõe construir é a que pode destruir, justamente pelo fato de ser... moral. Quando é que se reflete sobre o moral e imoral? Talvez somente quando se encontra o amoral. Mas, porque o amoral é tão terrível? Talvez porque só se consiga viver com a moral. Está tudo um tanto nebuloso, não está?

Nós, seres humanos, acabamos nos tornando capachos dos conceitos que construímos. Perdemos nossa identidade até mesmo para aquilo que achamos dos outros. De fato, muitas vezes não possuímos o controle de nossa existência, de nossa identidade para sermos "sociais", para sermos "grupo". Parece algo óbvio e normal, somente quando não mergulhamos até o fundo das devidas razões. Cantamos que queremos uma ideologia para viver, e no fundo, o poeta tem a grande razão. Procuramos uma ideologia porque não sabemos ser nós mesmos.

A grande razão de tudo é simples, e é o que Jesus sempre quis mostrar. Ninguém é aceito pelo que é. Se tem limites mais baixos que os outros, não é aceito, se tem limites além do normal, também não. O homem tem que ser bom, mas também tem que ser ruim. Ser tão bom como Jesus era, também não era moral, talvez por isso também Ele não tenha sido aceito. Porque é pela moral que muitas vezes fazemos coisas boas que não queremos, porque tememos não ser incluídos no grupo. Pela mesma moral, entretanto, não fazemos coisas boas que até mesmo queremos, para que sejamos do mesmo modo incluídos, só que em um grupo de indivíduos fracos.

Ao longo de todas as discussões, tudo aquilo que está velado aqui poderá ser paulatinamente desvelado. Muita gente irá entender o que aqui foi explanado. Mas, tenho certeza que também serei terrivelmente mal compreendido. Todavia, não escrevo para agradar ou ser aceito. Se não sou moralista, porque iria perder minha identidade aqui também?
Comentários
3 Comentários

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  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Apaguei o comentário porque estava com 2 erros, espero não ter cometido outros sem perceber:
    Concordo com você quando diz "A mesma moral que se supõe construir é a que pode destruir" a história nos aponta vários exemplos e curiosamente os maiores moralistas por vezes são aqueles que mais atos imorais praticam ou praticaram.
    Penso que moral é um julgamento dos atos praticados tendo como ponto de partida os valores, regras e princípios criados e impostos pela sociedade onde vivemos,mas esse julgamento só pode ser aplicado dentro da sociedade em que está inserido, por exemplo na sociedade monogâmica, se um elemento tiver 2 mulheres ele será considerado imoral, mas numa sociedade poligâmica, o indivíduo que tiver muitas mulheres estará dentro da moral aceite.
    Discordo que ser moralista é perder a própria identidade, penso que ser moralista é interiorizar um princípio e defendê-lo através dos seus atos e não através do julgamento dos atos dos outros.
    Shalom!

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  3. Céu,

    Muito interessante o seu comentário! Vou pensar mais sobre isso.

    Grande abraço!

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