Da Radicalidade [Parte final]
Falava-se de valores evangélicos, não é? Pois, confirmo sim, não se fala aqui de qualquer radicalidade e de qualquer conceito que se possa dar aqui. A linha de consciência é a do Evangelho, verdade eterna e imutável por redundância.
A radicalidade, pois, nada mais é do que a vivência real de algo, desde o mais íntimo do ser. Não pode ser radical aquele que não sabe bem onde, como, nem porque está vivendo algo. Isso aí tem outro nome, é fundamentalismo. A radicalidade, de maneira diferente, vem, etimologicamente, de raiz (radix, no latim), é algo que está enraizado e dessa raiz flui todos os atos, não só fluem, como por ela eles se sustentam. Deus perscruta os nossos corações, está aí a grande diferença. Em ser cristão, o que importa não é o simples ato, mas a intenção com que ele foi realizado.
Amor não é só ação, é sentimento, é comprometimento. A vivência do Evangelho não pode, de maneira alguma, existir sem o amor, seja pela sua exteriorização, o que comporta objetividade, seja por motivações subjetivas, o que só Deus pode avaliar. Aliás, o que realmente importa é a avaliação Dele, a qual todos um dia seremos submetidos. Como não podemos saber as intenções dos corações alheios, qualquer julgamento carece de validade, muito mais ainda de caridade. Desse modo, a dita cara feia dos objetivistas nada mais é do que uma tremenda estupidez, o que, por sinal, não é nada inesperado para quem vê o evangelho de maneira objetiva.
Portanto, a vivência do daquilo que Cristo pregou não pode ser de fora para fora, mas de dentro para fora. Deus, que é infinito, só é comovido por valores também infinitos. Ora, só o amor é um valor infinito. Bem vindo, pois, ao reino do coração.
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