Da Felicidade. Final?
Para por fim e, quem sabe, não voltar mais a este assunto que tanto dá nó em minha cabeça, vamos falar sobre ela que tanto nos atrai e apavora. Desconsidere, portanto, em parte o que já escrevi, já que aquilo é o que acredito ser necessário para se buscar a felicidade. Está na hora de, pelo menos uma vez na vida, pensar em algo que não seja em mim, por mim e para mim.
Felicidade é corresponder às expectativas que se tem sobre si. Aquele que quer ser rico e deposita nisto a sua felicidade, satisfazendo tal desejo, considera-se feliz. Do mesmo modo o que considera felicidade uma realização familiar e a alcança, assim por diante. Todavia, tais metas são estritamente terrenas, passageiras, e que não satisfazem, de verdade, os anseios de nosso espírito, já que somos também eternos, como afirma Kierkegaard. Por isso, o conceito de felicidade deve ultrapassar o senso finito e alcançar também o nosso infinito, já que felicidade é plenitude, plenitude é por inteiro, e por inteiro deve atingir nossa realidade passageira e eterna.
Nasce agora, todavia, o desespero dos desesperos. Como posso ser feliz satisfazendo também minha alma? E agora, quem poderá me ajudar? Não é o Chapolin Colorado! Há alguém que me responde.
Talvez seja eu aquele jovem rico que pergunta ao Senhor: Bom Mestre, que devo fazer para ter a vida eterna? O Senhor me responde que devo cumprir os mandamentos. Todavia, mesmo guardando-os, não me sinto satisfeito, e fico a pensar o que mais me falta. Desse modo, respondo: Eu já faço tudo isso há um bom tempo, Jesus. Ele, sabendo o que penso e o que sinto, conhecendo minha sede de felicidade e a infinitude da minha alma, responde-me que ainda me falta algo, e diz-me que eu venda tudo que tenho, dê aos pobres, já que assim terei um tesouro no céu, depois vá o seguir.
Depois de muito pensar, discordar de mim mesmo e pensar novamente, cheguei à conclusão de que a felicidade, diferente da alegria, satisfação, do prazer, não é um estado de espírito, mas do espírito. Vale-me mais o meu espírito do que meu corpo e mente, já que estes são finitos e aquele não. Tem mais peso a minha realização eterna do que a passageira. Por isso, ser feliz, para mim, é viver o Céu na terra. É fazer por onde, constantemente, ter meus anseios de eternidade correspondidos, estando pronto para, a qualquer tempo, partir para ela.
Será por isso que Montaigne diz que filosofar é aprender a morrer? Talvez não tenha pensado assim, mas, o que o homem não cansa de buscar é a felicidade, e talvez não a encontre porque não sabe o que realmente ela é. Sabendo, não tem coragem de buscá-la.
Ficou ótimoooooo Igor!
ResponderExcluir..desculpa, minha net caiu ontém, depois não consegui voltar ...
É! tealmente teu pensamento tá tomadno outra direção!
..minha última pergunta a tí ontém foi: "o que realmente o homem precisa mesmo pra ser feliz? além de descobrir isso que vc descobriu?????
a gente prosea depois...
Deus abençoe!
Nada a declarar depois dessa passagem: "Felicidade é corresponder às expectativas que se tem sobre si"
ResponderExcluirAdorei o texto, muito bom mesmo :)) vou te seguir aqui!
http://futurismologa.blogspot.com
otimo texto, ser feliz é estar de bem com vc mesmo!
ResponderExcluirNão perca essa esperança o canadá é um país maravilhoso! :)
ResponderExcluirmuito muito bom!
ResponderExcluirPois é, verdade. Mas o homem nunca esta satisfeitos com nada, sempre acha que tem que descobrir mais coisas pra ser feliz. Queria que tudo fosse como antes, ninguem sabia de nada :p
ResponderExcluirbom blog, parabens :)
Excelente!
ResponderExcluirParabéns! Numa única frase você sintetita e simplifica algo tão complexo, difícil de alcançar: "...ser feliz é viver o Céu na terra..."aqui cada um é que determina como fazer isso acontecer.
Que Deus te abençoe e continue a iluminar os teus passos para que consiga encontrar a felicidade, ou ressaltando mais uma vez suas palavras, "viver o céu na terra".
É meu amigo, empresto as palavras de Guimarães Rosa, para te dizer que ao ler este artigo, consegui contemplar a terceira margem do teu rio de ideias. Assim, você me possibilita conhecer suas andanças e adentrar na intimidade dos teus versos sobre a felicidade. Jesus faz isso conosco: costura nossos versos em poemas para cantarmos nossas dores e nos alimentarmos da Sua doçura. Eis a "teologia da Felicidade".
ResponderExcluirMinha admiração: Bruno,sj