Da Eterna Vida

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Sejamos coerentes, se alguém acredita tão somente nesta vida, há de valorizá-la. A todos os ateus, eu aconselho que procure beber dela tudo que ela poder dar, visto que o sentido da vida deles é viver. Entretanto, aos cristãos, admoesto que se preocupem com sua morte, ela que, a qualquer momento e sem avisar, pode vir nos visitar. Àqueles que adotam a versão mundana do “carpe diem” e dizem: “hoje eu aproveito, amanhã me converto”, pergunto se eles têm certeza que o amanhã haverá. Interessante, pensam logo em pessimismo quando afirmo isto, entretanto, é na relatividade das coisas que os conceitos se revertem. Para aqueles que vivem uma vida sem sentido, a morte é um mal irremediável e pensar nela é pessimismo. Entretanto, para aqueles que vivem uma vida com sentido, a morte é um bem que há por vir, pensa-se nela com esperança, porque todo mal que aqui existe será resolvido. São os bem aventurados que também são chamados de felizes, porque desfrutarão desta felicidade plena por toda a eternidade.

Não vivamos, pois, como ateus. Por que rejeitar todo sofrimento do mundo, se tudo passará? Viveremos num eterno gozo, numa vida infinita, plena, ilimitada. Alguns temem esta vida, pensando que ela pode ser enjoativa, sem graça, porque veem os cristãos assim, sem graça. Deus não tem culpa, ele não quis que seus filhos fossem robôs, mas sal para terra e luz para o mundo. Contudo, se desta vida infeliz não queremos nos desapegar, quanto mais da que há de vir? Estamos aqui, mas daqui não somos.

Àquele que reclama da falta de posses, pergunta-se: De que adianta tê-las? Tudo passará. A sabedoria é certa, nada levamos conosco. Quanto mais se têm, mais escravo se é. Jesus não mente ao dizer que é mais fácil passar um camelo no buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus. É fácil encontrar um rico pobre de coração, daquele que de tudo que tem pode se despojar, ou não? São apegados ao mínimo centavo que têm! “Ainda existe uma livre vida para as almas grandes. Na verdade, quem pouco possui tanto menos é possuído. Bendita seja a modesta pobreza.” (Nietzsche, Assim Falava Zaratustra) E é verdade, quanto mais se é pobre, ainda mais de coração, mais se é livre. Consumismo não é exercício da liberdade, mas sintoma de escravidão. Pouco importa o que temos neste mundo, enquanto preocupamo-nos em ter algo aqui nesta miséria, tantos sofrem pelo pouco que podemos dá-los para ter um mínimo de subsistência. No Céu, tudo aquilo de perfeito e maravilhoso estará à nossa disposição. 

Por outro lado, há aqueles que querem tudo ser, os donos do próprio nariz, os senhores do mundo e de si mesmo. Quanta burrice há em ser assim! Será que não se tocam que não veem um palmo na frente do próprio nariz! Qual é o problema de ser pequeno? Qual é o problema de servir? Qual é o problema de se rebaixar? Por que queremos tanto e sempre estar acima? Por que tanto orgulho e inveja? Por que tanta perseguição? Por que tanta avidez em querer ser melhor? Por que tanta sede em elevar a própria autoestima? Por que tanta vontade de ser famoso, de ser observado? Que sentido isto tem? Sentido há em ser o menos, em servir, em não viver para si mesmo e sim para o melhor dos demais. Isto é amor! O melhor poder que podemos ter não vem por mérito nosso nenhum, nem, na verdade, é nosso. Este é o poder de Deus, por ele nós podemos amar curando, operando milagres, aconselhando, evangelizando, seja o que for. Poder que faz sentido é o que serve para mais servir. Além do mais, na outra vida não teremos mais a nada o que obedecer, seremos plenamente livres, porquanto tudo o que fizermos consistirá no mais perfeito e santo e outra coisa não nos atrairá senão isto!

Ainda há, e como há, os que têm sede de prazer. Estes se justificam por sua natureza animal. Comparam-se com alguns para justificar sua sede de sexo, a outros para justificar o homossexualismo. Que natureza temos senão a parentela com Deus, de quem somos imagem e semelhança, criados a Seu modo, santos, e maculados pela nossa desobediência. Não digo isto somente para o prazer de origem sexual, mas de todo tipo de prazer, todavia, sabemos que vivemos em um mundo sexualizado. Entretanto, muito dificilmente perdemos tempo em aquilo em que não nos dá gosto, seja no comer, seja no viver. Há muitos que não têm nenhuma chance de ter o prazer que temos em diversas formas. Como se pode ousar em dizer que se é feliz com tanta infelicidade no mundo? Como se pode viver tão despreocupado, abusando de tudo que for possível, enquanto tantos não têm o que comer nem o que beber? Não é mentira dizer que o nosso egoísmo hedonista dá origem a muitos dos criminosos. Por que não viver uma vida sóbria e casta, sabendo que teremos uma eternidade na vivência de um prazer puro nunca provado antes?

Enfim, por que crucificamos a nossa alma em detrimento de um prazer passageiro? Devemos lembrar que todo sofrimento neste mundo é pouco ou nada, comparada à consolação que teremos na vida eterna. No céu não precisaremos mais ser castos, já seremos perfeitos. Na eternidade não precisaremos ser obedientes, porquanto seremos totalmente livres. Na vida eterna não temos nada a preocupar com a pobreza, pois tudo possuiremos. Isso tudo, obviamente, nada se compara com qualquer ter, poder ou prazer que aqui neste mundo de feras podemos ter. Vivamos incessantemente consolados pelas promessas de Deus.

Comentários
4 Comentários

4 comentários :

  1. Gostei Igor...
    concordo contigo ..
    A maior questão, o maior conflito do homem é querer ser só humano demais e não conhecer a possibilidade do Divino que existe em cada um. Os desejos são inerentes ao homem e á sua condição humana de ser, porém somos mais que isso e por não não fazer a experincia Divina o homem não é cpaz de discernir e optar por buscar ou não os prazeres terrenos. Aquele que conhece a vida eterna já aqui na terra, ou seja aquele que se deixa pelo Espírito Santo experimentar a Deus pode almejá-lo, pode despojar-se, pode nada querer, pode renunciar a tudo por algo maior e melhor que deseja alcançar!

    bjuuu

    Deus abençoe
    =D

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  2. Igor!!! Te add aqui!! Muito legal seu Blog!! Adoro suas inspirações! Você é muito profundo, menino! =) Hihihih

    Beijos

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  3. Muito profundo,um pouco extremista e os extremos podem se tornar perigosos, digo isto porque num momento do texto me veio a lembrança os kamikases, os bombistas suicidas, terroristas que não são apegados a esta vida e por isso não a respeitam,tiram a própria vida e a vida de muitas pessoas.
    Tudo nesta vida foi criado por Deus, direta ou indiretamente, neste caso a ciência, a tecnologia, criadas pelos Homens iluminados por Deus, para que o Homem desfrute e aprenda, mas na medida certa, os excessos e exageros, criados pelos Homens, é que disvirtuam a Obra de Deus na Terra.
    Um ano Novo repleto de Paz, Saúde, Amor!
    Shalom!

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  4. Mas não tem nada a ver com os kamikases. O que falo aqui é de uma luta contra o hedonismo, e uma guerra pela santidade. Quero mostrar que não existe motivos para se dizer não à santidade.

    Bem, tenho certeza que São Francisco, Santa Tereza de Ávila, Santa Teresinha de Lisieux, São João da Cruz, enfim, todos os santos concordariam comigo, principalmente porque foi isto que eles viveram!

    Shalom!

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