Da Sorte ou Revés

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Quem dera entendesse porque as pessoas tratam os dois casos diferentemente. Falo da sorte e do azar, estes que nos acompanham ao longo da vida e determinam constantemente nosso destino sem perguntar qual a nossa vontade. Talvez seja esta a resposta para tudo: as coisas não acontecem segundo a nossa vontade, e nos acontecem "fortúnios" ou infortúnios que independem de nossa permissão. Uma coisa é certa: o mundo nunca deixa margem à justificativa.

A sorte é um bem-vindo presente, louco é aquele que a rejeita. De quem é seu mérito? Geralmente, quando se é afortunado, retêm-se o mérito, como que disséssemos: "A sorte é minha!" - Nunca vi um competidor rejeitar um troféu porque este foi conquistado por pura sorte. Foram assim várias corridas do grande Michael Schumacher, por exemplo. Se encontrarmos algum objeto que nos interessa, logo afirmamos: "Isto é, ou res nullius, ou res derelicta!" Ou seja, coisa de ninguém, ou coisa abandonada. Só porque o destino nos depara com tal bênção, dizemos: "É meu!" E não largamos a sorte.

Já em relação ao azar, não é o que acontece. Recebemo-lo com murmúrios e lamentações, quando não por revolta ou indignação. Mesmo este sendo, assim como a fortuna, um simples acontecimento caótico, tratamo-lo como se não nos pertencesse, e fazemos de tudo para que desapareça. Em vez de arranjarmos algum artifício para nos apropriar deste mal presente do destino, abusamos dos sofismas para afastar-nos dele e fazemos uma altruísta doação. Nossa fala é: “Isto não me pertence!”

Esquecemos, no entanto, que as duas possuem a mesma origem, ambas são ”presentes” do destino. Qual a diferença de, enquanto estamos à sombra de uma mangueira, cair uma manga em nosso colo enquanto famintos, ou se esta caísse em nossa cabeça enquanto dormimos? Aquela é bendita e esta maldita! Nem um, nem outro. Nos dois casos, aconteceu, ponto final.

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  1. Adorei seu raciocínio quanto à sorte e ao azar. Mas não pude entender onde isso teria a ver com direito penal.

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  2. Trata-se do conceito jurídico-penal de ação, o qual não tratarei aqui juridicamente, mas tentarei passar para a nossa vida. Direito é sabedoria.

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  3. Sempre encontro bons textos por aqui, gostei muito do raciocínio, também já filosofei um pouco sobre o assunto em meu blog.

    Não não concordei com uma passagem: "as coisas não acontecem segundo a nossa vontade, e nos acontecem "fortúnios" ou infortúnios que independem de nossa permissão."

    Acredito que tudo que ocorre conosco e ao nosso redor é responsabilidade e influência nossa, a sorte ou azar somos nós que fazemos.

    Abraços

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  4. Não sei se acretido em sorte ou azar .. pra mom tudo tem uma razão de ser .. acho que tudo tem um motivo .. nada é invão a pura sorte ou azar ..

    Estou adorando o seu blog ..

    Bjs

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  5. eu nao acredito na sorte, mt menos no azar...

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