Do Advogado
Sinceramente, quando me vem a imagem de um advogado ao pensamento, ponho-lhe chifres e rabo de demônio. No entanto, deu-me hoje a pensar acerca do que é o advogado, para que ele serve?
Na imagem que se tem do juízo final (ou juízo ideal), quem são as figuras da relação jurídico-penal? O demônio, respondo, é o acusador (promotor); Deus Pai é quem julga (o juiz); o Deus Filho (Jesus), é o advogado, que desgostosamente (para a acusação), se confunde com a pessoa do juiz (visto que são uma mesma pessoa); para alguns (os que se consideram filhos dela), a função do advogado fica para Maria (esta que, para causar uma confusão mental, é, ou mãe do juiz, ou mãe do filho do juiz (visto que o Pai e o Filho são a mesma pessoa).
Não é o mérito da discussão, mas, de acordo com o raciocínio acima, para quem tem crédito com qualquer dos três, Pai, Filho ou mãe, a balança pende desproporcionalmente para o lado da defesa. Por outro lado, quando não se tem crédito com nenhum, a defesa é cerceada e o acusador fica com toda a balança para o seu lado.
Diante do exposto, verifica-se que o conceito ideal de advogado encontra-se em crise, em vez de ser aquele que defende, que busca a misericórdia do réu, o advogado passou a ser aquele que acoberta as suas imundícies, ou seja, faz com que não haja justiça. Pelo contrário, o advogado deve ser aquele que busca incansavelmente essa justiça, e para tal, deve encontrar artifícios também fora da lei (visto que esta, por muitas vezes, é a mais injusta).
O acusador, por outro lado, é visto como a figura do "salvador", é aquele que busca a máxima justiça. Não obstante, quando se há parceria, em vez de ser da defesa com o juiz, como é no julgamento ideal, é entre a acusação e o juiz. Deve-se perguntar, portanto, que justiça é essa, que está mais declinada a condenar do que a absolver? Isso tudo se deve não só pela desonestidade dos defensores, como também pelo mesmo motivo que apedrejariam a prostituta, se seu defensor (Jesus) não aparecesse. É por falta de misericórdia que não se ocorre uma verdadeira justiça.
É por esse modelo de justiça que existe (que é incorreto, de acordo com o pensado), que antes pensava em ser promotor, porque assim iria fazer justiça; hoje penso em ser juiz, por não querer ser advogado; mas, quem sabe um dia eu queira ser advogado, que seja assim como meu Bom Jesus é, provocando de mim mesmo, também como dos outros, a devida misericórdia.
Portanto, se for vontade de Deus que eu seja um advogado, que Deus me proteja da desonestidade e da mentira. Que eu não seja, para meus clientes, como satanás deseja, isto é, provocador da impunidade daqueles que não desejam fazer o bem; mas como Jesus é, ou seja, afastador da punição de quem não a merece e alcançador da misericórdia daquele que não seria capaz de desmerecer tal punição.
2 Comentários
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Achei espetacular a forma com descreveu as figuras da relação juridico penal fazendo a correlação com as figuras mítico - religiosa, depreendo que você esteja no caminho do Direito e se assim for desejo que você seja um advogado que marque a diferença, que sobressaia pelos príncipios que segue:justiça, misericórdia, honestidade,igualdade, verdade, tendo como base o amor, inspirando-se no maior e mais conhecido advogado através dos tempos, Jesus.E que tenha sempre presente a oração da serenidade:Senhor que eu tenha a serenidade de aceitar aquilo que não pode ser mudado, a coragem para mudar o que pode ser mudado e a sabedoria para saber discernir entre um e outro".
ResponderExcluirUm abraço
muito bom, adorei as conecções...
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