Do Pecado
Pecado, antes de tudo, é a negação de si mesmo, das próprias essência e natureza. Quem tem como essência o amor e como natureza a divina, quando os nega, não faz nada senão pecar. Isto para quem acredita que Deus é amor e que o homem foi criado à sua imagem e semelhança.
O homem realiza-se na sua essência, que é o amor, nele encontrará sua felicidade. Isto é, na medida em que ele amar, mais se une a si mesmo e a Deus, encontrando assim o preenchimento maior ou menor de si, quando mais ou menos. Também ele se encontra na sua natureza, porque quando ama, age conforme realmente é, de que e para que foi feito. O motivo, pois, de ser um tanto infeliz, desequilibrado e frustrado, é porque ele perdeu, com o pecado original, toda aquela capacidade que tinha para amar.
Sendo o amor a essência e natureza do homem, e pecar sendo a negação destas, peca-se quando se nega e quando não se pratica esse dom que vem de Deus. Essa lei, a do amor, por ser essência e natureza, está inscrita no coração da humanidade, e ela pode alegrar-se quando não ama, dando pólvora à sua vaidade, mas se entristece quando não é amada. Ademais, está inteiramente revelada nos atos e nas palavras de Jesus Cristo. Ele foi quem resumiu os mandamentos em dois: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu pensamento; e a teu próximo como a ti mesmo (Luc 10, 27)”. Mais uma vez: natureza e essência.
Eis que tudo provém disso: roubar, matar, mentir, adulterar. Pratica-los não é nada senão agir sem amor ao próximo. Também não amar a Deus sobre todas as coisas é não dar a Ele o lugar que lhe é devido, já que a Ele o homem deve tão somente a sua existência. Desse modo, quando não O ama, ele é como um texto que, quando escrito, altera-se sozinho, sem nenhuma reverência ao seu escritor. Está aí a maior negação do homem por Ele mesmo: da sua filiação com Deus. Este é o princípio da sua infelicidade e de toda a sua insatisfação, inconformismo, não aceitação da própria existência, porque a nega desde a sua origem.
A gravidade do pecado, pois, está na medida em que se nega o amor do ato. Quanto menos amor, mais grave; quanto menos se nega amor, por outro lado, mais leve é a falha. Existem alguns pecados que são com total desprezo de algum bem do outro, que são os que constam da lei de Deus e, por esse motivo, são pecados mortais. Na medida da gravidade que do bem que se despreza, mais gravoso pode ser o pecado mortal, tal como o homicídio, no qual se denega a vida do outro. Já outros, dos quais não se retém tanto amor, são considerados venais. Vale a pena ressaltar que a falta de amor a si mesmo também está aí, já que no mandamento está incluso o “como a ti mesmo”.
A lei moral, é bom sempre lembrar, serve para que cada um se examine, não para que se examine o outro. A lei serve para auxiliar, cada qual, a saber qual é o seu pecado, não para apontar o dos outros. Quando se vê alguém pecar, até mortalmente, é aconselhamento de Deus a Santa Catarina de Sena que se duvide que o é, visto que cabe somente a Deus julgar. Ao homem, portanto, cabe tão-somente amar, e isto não é pouco.
É um assunto delicado pois o certo pra mim pode ser errado pra vc...o pecado cometido por um pode não ser para outro....por isso a relatividade nas ações e decisões.
ResponderExcluirGosto da relatividade do pecado.
ResponderExcluirNo Brasil é pecado pensar, pois, além de doer, mata!
abrass
http://minhainspiracao.blogspot.com/
Pecado para mim é tudo que vc faz de ruim para os outros ou para si mesmo.
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